Pilot Season: The Orville (FOX)

Espaço, a última fronteira… agora e sempre. No ano em que se celebram 51 anos da estreia de “Star Trek”, eis que esta franchise televisiva que, até há pouco tempo, se julgava morta e enterrada, consegue regressar em força à televisão, não com uma, mas sim com duas propostas. Ou melhor, uma proposta e meia, já que este “The Orville” não pertence ao mesmo universo, assumindo-se mais como homenagem.

Seth MacFarlane é um grande fã de “Star Trek”. Isso já tinha ficado provado com as diversas menções e pequenas homenagens em todas as séries por onde tem passado. Sabendo disso, e sabendo do universo rico que “Star Trek” possui, era com alguma expectativa que se aguardava pela estreia de “The Orville”, a nova aposta de comédia da FOX, que nos transporta 400 anos para o futuro para assistir à primeira viagem de Ed Mercer e da sua tripulação. A premissa inicial da série pode não ser muito original – um novo capitão, uma nova tripulação, novas aventuras no horizonte e uma boa dose de comédia – mas deixava-vos na expectativa de saber se iria conseguir alcançar o brilhantismo de “Galaxy Quest”. Infelizmente, e olhando apenas para o piloto, “The Orville” não conseguiu estar à altura nem da sua antecessora, nem daquilo que prometia no trailer.

Sim, há alguns momentos de humor esporádicos ao longo do episódio (como por exemplo o momento em que vemos a versão Orville dos tradicionais holodecks, e em que ficamos a conhecer o ogre mais simpático desde o Shrek). Sim, há alguns momentos que nos deixam a pensar que poderá haver aqui algo de interessante para ver, especialmente quando analisamos os efeitos especiais e o design bem cuidado da nave, do guarda-roupa, dos detalhes. Mas, infelizmente, no que toca tanto às personagens, como à história abordada em si, há algo que deixa muito a desejar. Seth MacFarlane pode ter boas ideias mas, como protagonista, não conseguiu ter a presença que se pede de um capitão ao comando de uma nova série. E quem fala do capitão, fala também das restantes personagens, que foram apresentadas de forma leve (e bem expositiva), mas que permanecem, em grande parte, a ser uma incógnita. Quando o que define uma equipa de comando é o facto das personagens serem divorciadas (devido a uma traição), e não a sua química no ecrã, está o caldo entornado. Quando chegamos ao final do episódio com a sensação de que a única personagem que nos marcou foi mesmo o secundário ogre, então a desilusão é ainda maior.

Para uma estreia fresquinha da temporada 2017/2018, “The Orville” tem um sabor um pouco a ranço, a algo que já vimos diversas vezes no passado, a algo que parece estar algo deslocado. Homenagens são sempre simpáticas, é claro, mas hoje em dia é preciso algo mais do que um copiar do “feeling” dos anos 90-00, das glórias passadas. É bom homenagear o passado, sim, mas olhando para o futuro, trazendo algo de novo à mesa. E isso, infelizmente, não foi conseguido ainda nesta série. A ver vamos se, com o passar dos episódios, a série consegue libertar-se das amarras em que se colocou e apresenta algo de novo. Nós por cá, assim o esperamos.

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