Espaço, a última fronteira… e blá, blá, blá, a lengalenga que todos conhecemos. Depois de atrasos e tropelias de bastidores, “Discovery”, a mais recente entrada no universo “Star Trek”, chega finalmente ao pequeno ecrã. Por cá, o Netflix disponibiliza o episódio logo no dia seguinte e nós agradecemos.
Antes de mais, de forma a perceberem as opiniões que irei expor sobre a série, algum contexto: gosto do universo, mas estou longe de ser trekkie; vi quase todas as séries anteriores (excepto a série original, a série animada e “Enterprise”), e todos os filmes, mas estou longe de conhecer a fundo o universo ou sequer fazer a saudação vulcana (os meus dedos não são fãs do gesto).
Posto isso, partamos à descoberta deste primeiro episódio (somente o primeiro, apesar de terem sido lançados dois).
O que salta à vista, literalmente, assim que a série inicia é o visual. Portentoso em termos de luz e cor, com efeitos especiais que não são muito comuns num orçamento de televisão (até “Game of Thrones”, que consegue uns dragões fantásticos, perde qualidade quando retoca as paisagens, especialmente nos castelos e cidades vistos à distância), “Discovery” deixa um cheiro quase a blockbuster de Verão. Visto em sala não ficaria em nada atrás de muitos dos filmes que dependem bastante de CGI produzidos actualmente.
Depois, a protagonista. Uma mulher de armas, interpretada por uma cara conhecida dos fãs de “The Walking Dead”, Sonequa Martin-Green, e a quem o primeiro episódio serve praticamente na totalidade. É ela que querem que nós conheçamos; os outros, para já, são quase como enfeites. A Captain Georgiou ou o Lt. Saru são as excepções, mas, mais uma vez, expostos muito em serviço da protagonista e pouco em prol de si próprios.
Noutros Treks, sabe quem viu, que a paciência para conhecer a fundo a totalidade do elenco de personagens é factor fundamental. Muito porque a então implementada estrutura de episódios fechados foca-se mais na caracterização das personagens do que propriamente num arco narrativo a longo prazo. Mesmo em DS9, em que isso aconteceu, tal apenas se começou a demonstrar verdadeiramente após duas temporadas.
Aqui, para já, é uma incógnita. Uma vez que a série adopta uma estrutura menos episódica, dando primazia a um arco narrativo para a totalidade da temporada, fica a dúvida de que oportunidades teremos para conhecer verdadeiramente as restantes personagens. É uma pergunta cuja resposta só o futuro guarda.
Sabe-se, no entanto, que os Klingons, o maior antagonista que o universo “Star Trek” congeminou até hoje, voltam a ser o vilão de serviço. Por um lado, atribui à série um cunho mais poderoso e permite-lhe arrancar a todo o vapor. Por outro, é quase como que jogar o Ás de trunfo logo na primeira rodada.
Independentemente das inconsistências que poderão existir na ligação desta nova história àquelas que antes conhecemos (uma vez que é uma prequela), há todo um novo universo por explorar. E partir nessa nova aventura, a julgar por este primeiro episódio e contrariando as minhas expectativas, poderá mesmo vir a valer a pena.
Ignorem reacções de fanboys que manipulam sites de estatística e reagem nas redes sociais como se lhes tivessem roubado a chupeta. Se procuraram entretenimento que, apesar de descomprometido, não vos insulta a inteligência, “Star Trek: Discovery” é uma boa aposta.
Como não vi nada para trás vou ver isto sem esses “problemas” de ligação. Não tive oportunidade de acabar o primeiro episódio por questões logísticas mas o que vi deu para concordar contigo na questão dos efeitos visuais. Muito bons mesmo. Gosto muito do tema de viagens espaciais, exploração de planetas, etc. Apenas acho que 2200 e picos é curto para tanto avanço tecnológico mas é uma cena pessoal minha. 🙂
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É pertinente, essa questão. Mas tendo em conta a evolução tecnológica que tivemos em, sei lá, 20 anos (quando éramos putos não havia nada disto), não sei se em 200 anos não seria possível uma realidade, não digo próxima desta, mas mais similar quem sabe.
No entanto, viste os filmes de Star Trek: The Next Generation? Da série com o Picard? Há um deles, O Primeiro Contacto, que conta a história da forma como a Terra evoluiu rapidamente em termos tecnológicos.
SPOILER
Basicamente estavam na merda, na ressaca da Terceira Guerra Mundial, em 2063, e ao realizarem uma experiência científica despertaram a atenção de uma civilização alienígena (os Vulcanos) que lhes deu um empurrão nesse sentido. Assim é mais fácil aceitar o avanço tecnológico 😛
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Espreitei ontem e tendo visto muito pouco deste universo posso dizer que gostei desta amostra. Não sei é se foi o suficiente para continuar a seguir semanalmente…
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Estou a pensar dar uma oportunidade à série. A dúvida é se pego primeiro em Stargate, ou nesta 😀
Não há tempo para tudo, muito menos agora que comecei Six Feet Under.
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O Stargate original? Não sei se envelheceu bem… Mas se pegares tens muita coisa para ver. Foram ainda uma carrada de temporadas. 🙂
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Sim, estava a pensar ver a série original. Cheguei a ver alguns episódios na altura da exibição (na SIC), mas não me recordo de grande coisa…
A questão do envelhecimento, principalmente em séries de fição científica, preocupa-me sempre, mas vou arriscar 😀
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Estou a rever neste momento. Vou na quinta temporada. Não envelhece mal. Dá-lhe. 🙂
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Stargate SG1 continua boa, vale a pena.
Quanto a este novo Star Trek, podes sempre deixar acumular e deixar para mais tarde, pois SG1 vai manter-te ocupado durante algum tempo… 🙂
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Revisto o episódio (agora com todas as legendas, LOL), concordo contigo. “Star Trek” precisa geralmente de algum tempo para “aquecer”, para nos deixar aproximar das personagens e da equipa . Aqui isso notou-se, mas como disseste e muito bem, os detalhes técnicos e, especialmente, os efeitos especiais acabaram por compensar. Para seguir com interesse.
Ah, e os créditos iniciais são brutais!
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