Amor. Característica inerente ao ser-humano e temática universal. A ficção, assente em que género for, não se coíbe de o explorar, atribuindo-lhe sempre um cunho definidor da história. “Impossible Planet”, apesar de nos transportar para um futuro imaginário, é sobretudo uma história de amor.
Searching for a planet called Earth. Não fosse esta uma história de Philip K. Dick publicada em 1953 e pensaria que este episódio era um picar de olhos de Ronald D. Moore a “Battlestar Galactica”, a outra série da qual foi produtor-executivo. Mas não, as semelhanças ficam por aí, pela procura de um mito, de um planeta distante chamado Terra.
Com a soberba Geraldine Chaplin à cabeça do elenco, somos transportados para um futuro distante, mas familiar. No imaginário de alguns, por mais que o tempo e a tecnologia avencem, os humanos estarão sempre presos aos mesmos valores. Este é um desses casos. No espaço ou em terra, daqui a séculos ou actualmente, somos regidos exactamente pelas mesmas motivações. Pelo menos, é essa a ideia que este episódio transmite. A ganância, o estatuto social, ou seja, tudo o que ter dinheiro implica, reinam e sempre reinarão. É essa a base de “Impossible Planet”.
Mas eis que entre a corrupção o amor triunfa. Como sempre. A ficção tende a ser demasiado romântica e este episódio encaixa na perfeição em todos os lugares-comuns. David Farr, que escreveu “The Night Manager”, faz aqui uma adaptação muito própria do conto de Dick. Infelizmente, retira-lhe o propósito sucumbindo ao cliché.