Star Trek: Discovery – (1×03) – Context is for Kings (Netflix)

O texto que se segue CONTÉM SPOILERS

Está a ser uma grande surpresa para mim, “Star Trek: Discovery”. Sou fã das séries do franshise que tive oportunidade de ver, e que enumerei na crítica ao primeiro episódio desta nova série, mas essas são outro “animal”, de uma natureza distinta graças a terem surgido numa altura em que a ficção televisiva era demasiado desconsiderada. O fraco investimento no meio, o modelo imposto, até o seu frágil prestígio, podiam permitir abordagens reflexivas a temáticas importantes, mas muitas vezes desenvolvidas com pouca dinâmica, de forma pouco entusiasmante, e sempre demasiado repetitivas. “Discovery”, por sua vez, parece determinada em aproveitar cada gota do sumo da Era de Ouro da TV.

Se olharmos para o que acabei de referir, nomeadamente a questão da repetibilidade, “Context is for Kings” não prima exactamente pela originalidade. Uma experiência que termina em catástrofe, uma missão de risco, uma descoberta aterradora, uma motivação escondida. Nada disto é novo, o que retira algum valor ao episódio, apesar da execução sólida.

“Context is for Kings” triunfa sim na criação de um novo contexto. Finalmente a “Discovery”, a nave que empresta o nome ao título da série. Finalmente novas personagens, com um propósito além de estabelecer a protagonista (são um complemento e não um condimento), e, acima de tudo, bem trabalhados. Mais do que destacar qualquer uma delas, a série consegue um balanço quase exemplar na forma como as introduz e rapidamente as solidifica. Neste aspecto só falha na Commander Landry, mas isso até é, pelo menos para já, compreensível dado o estatuto de “convidada” que a Rekha Sharma tem na série por esta altura.

Apesar do excesso de exposição, e com os diálogos a ressentirem-se devido a esse facto, “Star Trek: Discovery” começa a ganhar substância. Sabemos que a tripulação da nave é uma espécie de equipa de “black ops”, com um papel muito específico na forma como se prepara o desenrolar da guerra com os Klingons. Sabemos que há elementos nesta equipa que não se regem pelos valores morais a que estamos acostumados vindos de dentro da Federação. E sabemos que esta é uma série que foge dos típicos heróis das anteriores, focando-se antes no anti-herói, o grande catalisador da Era de Ouro da TV.

2 opiniões sobre “Star Trek: Discovery – (1×03) – Context is for Kings (Netflix)”

  1. Também estou agradavelmente surpreendida com esta série. Depois de tantos problemas de bastidores que não auguravam nada de bom, Discovery está a revelar-se mais do que à altura de uma franchise como Star Trek. Gostei da entrada em cena da Discovery, e gostei do novo capitão. Curiosa para saber o que irá sair daqui.

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