Numa época em que há cada vez mais séries e acompanhá-las a todas é tarefa quase impossível, as primeiras impressões são fundamentais e um episódio-piloto pode ditar a sorte ou o infortúnio de uma série. As comédias, especialmente as tradicionais, têm, neste aspecto, a vida bem mais difícil: em pouco mais de 20 minutos, são obrigadas a apresentar a trama e as personagens e, também, fazer o espectador rir. Muitas são aquelas que falham redondamente mas, por vezes, há uma conjugação de factores que funcionam. “The Mayor” é uma das sortudas.Esta nova comédia da ABC, que apresenta a vida de um jovem rapper que, sem saber muito bem como, ganha uma corrida para a presidência da câmara da sua cidade natal e vai ter de aprender a gerir a sua vida e a sua carreira no meio político, não tem a premissa mais original de sempre. É uma comédia tradicional, com personagens tradicionais, com uma história convencional. E, no entanto, dentro do tradicional, conseguiu apresentar algo mais que a torna bem sucedida.
Em primeiro lugar, estão as personagens, que são simpáticas e, dentro do pouco que vimos até agora, bastante credíveis. A juntar-se ao protagonista Brandon Micheal Hall, destaque especial para Lea Michelle como a gestora de campanha que promete guiar Courtney Rose pelos meandros da política. Tendo em conta o seu papel, podia facilmente ser uma daquelas personagens irritantes e das quais nos cansamos desde logo, mas a actriz conseguiu superar essa barreira e criar uma imagem competente para Valentina Barella. E quanto a Yvette Nicole Brown, bom, desta veterana de “Community” não é preciso dizer muito mais, excepto que tem provavelmente as melhores falas do episódio.
Uma sitcom, para ser interessante, não precisa de inventar a roda. Por vezes basta algo tão simples como boas personagens, boas interpretações e um tema bastante actual. “The Mayor” tem tudo isso e, a cereja no cimo do bolo: não tem o odiondo laugh track. É, assim, uma boa aposta para passar uns momentos descontraídos na nova temporada televisiva.
Espreitei pela Yvette e gostei, acho que vejo mais um ou outro para decidir se continuo ou não.
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É uma daquelas séries light que dão jeito para quando não queremos pensar muito. 😉
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