Star Trek: Discovery – (1×04) – The Butcher’s Knife Cares Not for the Lamb’s Cry (Netflix)

O texto que se segue CONTÉM SPOILERS

“The Butcher’s Knife Cares Not for the Lamb’s Cry” não deixa de ser mais um episódio sólido desta nova “Star Trek”. Porém, duas opções da série deixaram-me de pé atrás, reflectindo-se na avaliação quantitativa que faço do mesmo.

Depois de uma espécie de reintrodução, com um terceiro episódio a apresentar um novo cenário (a Discovery) e uma mão-cheia de novas personagens, onde a guerra com os Klingons se fez sentir apenas através de diálogos, a série volta a transportar-nos directamente para o conflito. Explora-se o outro lado da discórdia, trabalhando os seguidores de T’Kuvma de forma a que ganhem dimensão. É importante que a série se debruce mais sobre os antagonistas, que lhes defina uma identidade de forma a evitar que sejam simples “vilões de cartão”, onde a sua existência serve apenas para justificar as acções da Federação. Até porque, nas séries anteriores, os Klingons sempre tiveram uma forte presença, sendo que a inclusão do Worf e da B’Elanna Torres na Federação potenciou um contacto com a civilização e cultura Klingon que “Discovery”, apesar de prequela, não pode descurar. Neste aspecto, o episódio cumpre, ainda que em serviços mínimos. É introduzida uma nova personagem, de seu nome L’Rell, a quem parece destinado um papel importante no desenrolar da guerra e a alteração do status quo do principal seguidor de T’Kuvma, Voq, desprezado e condenado ao exílio por parte de um Comandante, parecem ser potenciadores de uma incursão aos talvez ainda recônditos lugares do mundo Klingon.

Até aqui, tudo bem. As minhas implicâncias, aquelas que mencionei no início do texto, residem junto da Federação, a bordo da Discovery.

A primeira está relacionada com a Commander Landry. Já tinha referido, algures na crítica ao episódio anterior, que das novas personagens introduzidas era aquela que menos consistência apresentara. O estatuto de “convidada” da actriz, Rekha Sharma, levantava, desde logo, a suspeita de uma passagem fugaz pela série. Ou não. O que não faltam são personagens daquelas mais secundárias que, após algum tempo na história, ganham outra dimensão e, consequentemente, adquirem outro estatuto nas séries. Podia ser este um desses casos. Não o foi, apesar de, à primeira vista, aparentar que poderia vir a ser. A dinâmica antagónica criada entre ela e a Michael Burnham sugeriam uma relação com potencial, mas uma decisão estapafúrdia (vamos abrir a cela do ser monstruoso aqui num espaço confinado e de certeza que a coisa corre bem porque eu tenho uma espingarda laser!) ditou-lhe um abrupto destino. É mais uma fatalidade com um certo impacto, a segunda em quatro episódios, e se bem que a Captain Georgiou teve, e continua a ter, um papel com alguma relevância neste universo, o da Commander Landry vai facilmente ser esquecido ou relembrado pelas piores razões. Um autêntico desperdício, tanto da actriz como da personagem.

Já o outro pet peeve está relacionado com a ciência da coisa. Não possuo conhecimentos suficientes, nem ousaria achar que “não faz sentido” ou algo desse género, que a mecânica dos saltos espaciais da Discovery esteja dependente de uma relação simbiótica entre um ser microscópico que sofreu uma mutação e esporos. Mas não consigo suspender a minha descrença o suficiente para achar esta histórica credível. É bastante provável que o problema seja do meu lado, mas não consigo chegar lá…

4 opiniões sobre “Star Trek: Discovery – (1×04) – The Butcher’s Knife Cares Not for the Lamb’s Cry (Netflix)”

  1. Concordo com a nota mais baixa deste episódio, embora a série me continue a surpreender.
    A única questão que me deixa com alguma dificuldade em acreditar nisto é o facto de estes saltos no espaço nunca terem sido mencionados “no futuro”, ou seja, nas outras séries, acabando por ser mesmo uma contradição. Mas tendo em conta o design dos Klingons, há coisas que mais vale ignorar…

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    1. Mas a questão dos saltos vai ser fácil de explicar… A guerra acaba, os gajos da PETA começam a choramingar por causa de se estar a abusar dos bichinhos e a Federação é obrigada a abandonar a tecnologia. 😛

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  2. Parece GoT a matar personagens relevantes. 🙂

    Realmente a cena dos saltos é simplesmente parva. Agora é o bicho que controla os saltos por causa de uns esporos? Ok, é ficção científica mas é muito puxado mesmo.

    Outra coisa. Então o bicho rasga a outra nave toda e eles conseguem não só o capturar vivo como o manter preso? Hum…

    De resto, visualmente a série continua a ser top.

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