A propósito da estreia no Netflix de “Slasher: Os Culpados” (a segunda temporada) esta terça-feira, partimos à descoberta desta série de horror de antologia vinda do Canadá. E a viagem, não sendo memorável, não é um total desperdício.
Ressuscitada a moda das séries de antologia no geral, mas também dentro do género de horror, “Slasher” é o aproveitamento canadiano da trend (re)iniciada por “American Horror Story” (“Scream”, “Channel Zero” ou a mais recente “Lore” são outros exemplos).
Ao longo de apenas oito episódios, acompanhamos o regresso de Sarah Bennett (interpretada por Katie McGrath, actriz que os fãs de “Merlin” e “Supergirl” facilmente reconhecerão) à sua terra Natal e à casa onde os pais foram brutalmente assassinados na altura em que nasceu. E, claro, como o Deus dos Clichés impõe, o seu regresso impulsiona a que uma nova vaga de assassinatos ocorra.
A premissa é, por isso mesmo, das coisas mais banais que possam existir. Daquelas que nos faz levantar do sofá a bradar aos céus, questionando por que razão se perde tempo com isto. Felizmente, graças a uma fuga calculada à adolescência das personagens (são todos adultos), a característica mais típica da fórmula slasher, e sobretudo a uma protagonista carismática e a personagens bem exploradas (apesar de um bocadinho mal-interpretadas), “Slasher” até se torna tragável.
Com uma trama construída entre o revelar de segredos do passado (onde surgem as maiores surpresas) e o mistério sobre os assassinatos no presente (com um assassino icónico graças à sua portentosa estatura física, máscara assustadora e presença intimidante), a série consegue um balanço saudável, o que lhe potencia o valor como entretenimento. Há tensão e algum gore. Há sobretudo uma bênção em não nos estraçalharem os nervos com putos e pitas arrogantes aos saltos. Só é pena que o grande mistério, a identidade do assassino no presente, seja tão óbvia logo praticamente desde os primeiros instantes.