The Walking Dead: 8×02 – The Damned (AMC)

Este episódio bem que poderia ter sido colado ao anterior na sala de edição. Porque o que começou no anterior continua aqui e numa variante em que só mudam os locais. Pequenas variações da mesma peça.

Voltando ao episódio anterior (e aos comentários) e tendo em conta que já vamos na oitava temporada. Sim, é verdade que Negan poderia ter sido despachado ali. Sim, muita coisa não fez sentido. Mas isto sempre foi assim e não será ao fim de 100 episódios que a fórmula de “vamos esticar isto até ao máximo mesmo que não faça lógica” será mudada. Quantas vezes Negan poderia ter sido morto em episódios anteriores? Quantas vezes outros vilões poderiam ter ido desta para melhor em muito menos episódios? Esta batalha contra Negan é coisa para durar (meia temporada? Uma temporada inteira?) e não me parece que a sua morte (se acontecer, uma vez que ele como prisioneiro ou em fuga servirá melhor a série) seja algo que esteja nos planos dos argumentistas nos próximos tempos. É bom para nós (ou a série)? Não. É uma seca? Sim, é. Fazem-nos passar por parvos? Sim, há já muito tempo. Mas eu, confesso, já pouco espero daqui.
Veja-se por exemplo dois casos deste episódio:

• Jesus e Tara encontram o “inocente” fechado no armário. Quem tinha dúvidas que um deles iria vacilar e acreditar na sua história? Quem tinha dúvidas que aquilo era tudo balelas e que a situação iria virar do avesso? Ninguém. Situações como esta já aconteceram dezenas de vezes na série.
• Morgan o zen Vs. Morgan o exterminador. Esta é outra. A sua personagem passou ao longo da série de uma mais valia para um simples adereço. Depois daquela fase na cabana/floresta (ou qualquer cosia assim),  ele ficou uma seca. Durante umas semanas era pacifista, depois algo acontecia e ele passava a ser o maior exterminador da história. Neste episódio aconteceu mais uma dessas fantásticas transformações. Simplesmente porque alguém decidiu “matá-lo” (a sério? Mas ainda há dúvidas que aquela malta atira primeiro e pergunta depois? E além do mais estavam há espera de quê? Doces e um chá verde?), lá vai alho. Tiro aqui, tiro ali, tiro acolá, os corpos amontoam-se como se fosse uma sequência de John Wick e eis que Morgan deixa para trás a conversa de “nós somos pacifistas”. E, claro, aquelas memórias eram essenciais para nos lembrarmos que ele “era” diferente (esta frase é irónica, como é óbvio). Para quando a próxima mudança?

Esta inocência do grupo é coisa que já me chateia há muito tempo. Há sempre alguém (sempre, sempre, sempre) que quer salvar o dia e ser o diplomata de serviço. Um caramelo que acha que (apesar de o mundo estar todo lixado) alguém deve ter uma segunda (terceira, quarta, …) oportunidade. Está certo!

Último destaque: Morales. Lembrava-me tão bem dele que tive que ir pesquisar quem era aquela personagem “era bom mas agora sou mau” e descobri o seu nome. Presença notada na primeira temporada (sim, essa mesmo. A primeira) eis que ele volta. Nada sabemos dele mas ao que parece está uma pessoa diferente. Uma surpresa que para mim nem o chegou a ser.