Baseada no filme homónimo de 2003, por sua vez inspirado na série de 1975, a nova tentativa “S.W.A.T.” chega à CBS como proposta para meter o cérebro de molho. Encabeçada por Shemar Moore, nesta que é a sua primeira incursão televisiva depois de 11 anos como regular em “Criminal Minds”.
Cedo se torna perceptível que em nada se pretende demarcar das mil e uma outras séries do género em que se insere. Não havendo a mínima intenção em trazer algo de revigorante, “S.W.A.T.” resvala inevitavelmente numa abundância de clichés desgastados: a relação amorosa mantida em segredo entre subalterno e superior; o cargo de chefia que foge às mãos de quem realmente o merecia; o novato desbocado que agita a dinâmica da equipa; etc.
A escolha do elenco parece querer ser resposta ciente da actualidade. Além do protagonista negro, integram a equipa uma mulher e ainda um americano de descendência chinesa quase sem linhas de diálogo para proferir. Não fosse a paranóia actual e talvez o dito casting pudesse funcionar de forma orgânica. Como tal, fica sempre a ideia de escolhas estratégicas que pretendem sossegar um maior número de comunidades. Em sua defesa, a série fá-lo de forma consciente, elevando a pele negra à chefia da equipa como via a anular a visão de um preconceito racial.
A dinâmica entre as personagens nada traz de minimamente diferente, limitando-se a ser padronizada pelo género. Para aquilo que se propõe a ser, mostra-se frenética quanto baste. Inúmeras perseguições com troca de tiros à mistura. A longo prazo? Pouco se apresentou ainda que sustente minimamente um arco narrativo que venha a preencher a temporada.
Até mesmo no trabalho de câmara, “S.W.A.T.” não deixa de se mostrar veículo à preguiça. A câmara está quase sempre presente para enquadrar cada linha de diálogo proferida, demonstrando um certo receio em deixar alguma fala fora de campo. Num simples diálogo entre duas personagens, chega a ser ridículo o quanto a câmara salta entre ambas para sugar cada fala e expressão facial que a acompanha.
Num panorama televisivo com ofertas infindáveis, “S.W.A.T.” nada tem a oferecer para alguém que deseje um pouco mais que mero entretenimento de motivos rebatidos.
“S.W.A.T.” chega a território nacional por via AXN a 27 de Novembro.
Confesso que me fez alguma confusão andarem aos tiros assim de forma tão directa nas pessoas. Sinto que nos outros procedurals é menos agressivo. Vou ver mais um episódio quando der no AXN mas acho que fica por aqui.
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Agora que o referes, realmente pareceram muito despreocupados com o bem-estar dos civis. De qualquer das formas não volto a pegar nesta, não é de todo o meu estilo.
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