Pilot Season: SMILF (Showtime)

O texto que se segue NÃO CONTÉM SPOILERS

Nunca julgar antecipadamente uma série pela sua infeliz escolha de título. “SMILF”, acrónimo para Single Mother I’d Like to Fuck, chega desbocada qual comando de ordem de um canal como o Showtime.

Baseada na sua curta-metragem com o mesmo nome, Frankie Shaw toma as rédeas de “SMILF” por completo, podendo assim ser o mais fiel possível à intenção de retratar as suas vivências pessoais. Cria, escreve, realiza e protagoniza. Amálgama de funções que tem vindo a ganhar cada vez mais adeptos no decorrer dos últimos anos, como via a manter um senso de autoria da visão inicial ao produto final.

À semelhança da contemporânea “Better Things”, mesclam-se as tentativas de gerir vida familiar e profissional. Semi-autobiográficas na sua essência, ambas as séries rondam uma mãe solteira que tenta manter à tona a carreira de actriz em Hollywood. No caso da “personagem” de Frankie Shaw, a idade não tem ainda o peso que tem para Pamela Adlon em “Better Things”. O seu maior entrave à carreira é na verdade o filho de três anos. E que dizer da dinâmica conseguida entre mãe e filho? Tão genuína que chega a parecer documental no registo. Logo nos primeiros minutos, Bridgette despe-se para a câmara numa cena que nada tem de sexual, concebendo-se assim algo puramente maternal que lhe é espelho à nova condição de vida. Em pouco mais de vinte minutos, o espectador apreende a totalidade do dia-a-dia da personagem, desde as suas privações sexuais às tentativas de ganhar dinheiro para sustentar o filho. Por muito que ame o filho, é inegável o quanto este lhe veio a “roubar”. Uma “bagagem” que é travão imediato a qualquer avanço do sexo oposto. Para um mero primeiro episódio, Bridgette chega-nos muitíssimo bem caracterizada.

Para lá da protagonista, ininterruptamente cativante, há caras bastante conhecidas a preencher o elenco secundário. São presenças como a de Rosie O’Donnell e Connie Britton que dão o seu quê de peculiar ao dia-a-dia de Bridgette.

“SMILF” pontua laivos dramáticos com um sentido de humor característico. Apresenta-se como veículo para se celebrar a mãe solteira, para lhe elevar as provações diárias como via de interesse para o espectador.

3 opiniões sobre “Pilot Season: SMILF (Showtime)”

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