Manhunt: Unabomber (T1) – Não deixem esta escapar pelos pingos da chuva

O texto que se segue NÃO CONTÉM SPOILERS

O poderio mediático alcançado pelo Netflix como produtor de conteúdos originais potencia a que as estreias das suas produções, ou mesmo de outrem mas com o selo “um original Netflix”, cheguem com mais facilidade junto da grande generalidade do público. Outros, principalmente aqueles que dão agora os primeiros passos na produção de ficção (“Manhunt: Unabomber” é apenas a segunda aventura do Discovery Channel por estas andanças), apesar de alguns serem entidades consolidadas no mundo da televisão (o Discovery é canal de referência dentro do género em que se insere), denotam alguma dificuldade em se impor mediaticamente no que respeita a este mundo das séries de ficção televisiva. Isto para dizer que enquanto toda a gente e o vizinho do lado anda embeiçada por “Minhunter” (legitimamente, diga-se), provavelmente deixou escapar uma pérola estreada pouco antes da série de David Fincher e que acode pelo nome que dá o título a este artigo.

“Manhunt: Unabomber” entra na onda das séries de antologia, como o próprio nome dá logo a entender e traz ao pequeno ecrã dois cabeças-de-cartaz vindos do cinema (como agora é moda também): Sam Worthington e Paul Bettany, secundados por caras bem conhecidas do pequeno ecrã como Chris NothMark Duplass, Keisha Castle-Hughes, Elizabeth Reaser e Jane Lynch.

Sem revelar muito da história, porque este é um artigo livre de spoilers (apesar desta ser baseada em eventos reais, acredito que haja quem desconheça, ou pelo menos não conheça a fundo, quem é, o que fez e o impacto que teve na sociedade norte-americana o Unabomber), os oito episódios que compõem a temporada focam-se no tradicional jogo do gato e do rato para apanhar e, posteriormente, conseguir condenar o conhecido terrorista.

A forma como a investigação se desenvolve, a singularidade do método utilizado, os atritos no seio da equipa resultantes da frustração instalada, os sacrifícios pessoais e, sobretudo, a desconstrução do homem por detrás do terrorista são os seus pontos centrais e fulcrais. Com um Bettany ao seu melhor nível e um Worthington plausível, a narrativa flui ao bom estilo dos thrillers de referência dentro do género a que nos habituámos a ver no grande ecrã e fá-lo sem nunca fraquejar.

Mas mais do que a investigação em si, é o desvendar gradual do investigado (para quem o desconheça) que faz com que esta série não deva ser deixada passar pelos pingos da chuva por ninguém. Não é entretenimento, é conhecimento.

2 opiniões sobre “Manhunt: Unabomber (T1) – Não deixem esta escapar pelos pingos da chuva”

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