O último episódio antes da pausa de Inverno da primeira temporada de “Star Trek: Discovery” confirma-nos que andávamos a ser ludibriados.
Com o Kol eliminado, parece cada vez mais certo que o grande vilão desta primeira temporada será alguém escondido entre as fileiras da Discovery. Ainda não nos foi confirmado, mas basta ligar os pontos:
- a L’Rell era devotada ao Voq;
- quando o Voq é exilado, ela salva-o e diz-lhe ter um plano mas que ele vai ter de sacrificar “tudo”;
- mais tarde, a L’Rell reaparece, mas nem sinal de vida do Voq;
- o Ash Tyler entra em cena, prisioneiro dos Klingons durante sete meses, uma sobrevivência pouco usual tendo em conta o que os Klingons fazem aos seus prisioneiros;
- a L’Rell é a torturadora do Ash, poupando-o supostamente porque fez dele escravo sexual;
- a L’Rell insiste, junto da Almirante Cornwell, em desertar;
- o Ash tem flashbacks que, à primeira vista, parecem de tortura, mas podem não ser;
- a L’Rell parece devota ao Ash, garantindo-lhe que nunca deixará que lhe façam mal.
Que tudo aponta para uma estratégia “Cavalo de Tróia” não há dúvidas. Se assim for, trará à série pertinentes ramificações, sobretudo pela relação pessoal que tem vindo a ser edificada entre o Ash e Burnham, mas também pela camaradagem estabelecida entre ele e o Lorca. É uma manta de retalhos que tem vindo a ser cosida solidamente, sem se deixar revelar com facilidade (e ainda nem sequer o foi), o que, infelizmente, não aconteceu com o twist final do episódio.
No salto que deveria levar a Discovery para casa, a tripulação acaba por ser enviada para um local desconhecido, sendo que a base estalar não se encontra onde deveria, encontrando-se apenas destroços de naves Klingon. Se a série pretende surpreender com os seus twists deve evitar fazer referências aos mesmos ao longo do episódio em que se dão. Primeiro, terem introduzido o conceito de universos paralelos alternativos e a possibilidade de alcançá-los através do uso dos esporos. Depois, evitar diálogos indicativos de que algo vai correr mal (o Stamets a declarar que apenas fará mais um salto).
“Into the Forest I Go” acaba por ser mais um sólido episódio da série, mas perde impacto a partir do momento em que estraga as suas próprias surpresas. As ideias estão lá e são pertinentes. Faltou-lhe, no entanto, outra destreza na execução.
Dada a conversa entre comandante e o engenheiro de certeza que saltaram para um universo paralelo.
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