Breves apontamentos e reflexões sobre a actualidade televisiva.
O Bom
Ver séries longe do hype
De repente, como cometas, caie-nos em cima séries apregoadas como a última maravilha do mundo desenvolvido. As redes sociais entram em histerismo. Depois acalmam. Pavlovianamente, lá vamos nós a correr tentar ver tal quintessência redentora. Por vezes deslumbramo-nos. Outras – a maioria – gostamos. Mas não é o Messias.
Todos os meses – senão todos os quinze dias – lá proclamam os do costume o nascimento de mais uma.
Agora que a poeira aquietou é que (re)comecei “The Handmaid’s Tale”. Acreditem que longe do impacto inicial e da hiperactividade internetiana, sabe bem melhor.
O Mau
O antes dos clássicos de futebol
Neste caso antes do Porto-Benfica. Aqueles directos a partir dos cafés das cidades são uma absoluta perda de tempo. Aquilo que se denomina de “não-notícias”. As perguntas padrão: “então, qual acha que vai ser o resultado?”, ou “qual o seu clube?”, “sabia que vai haver um clássico?”, “e quem marca os golos?”.
Já para não falar do pós-jogo.
Porquê, senhores, porquê?
O Vilão
É cada vez mais difícil escolher um Vilão. Por vezes personalidades, outras vezes programas, outras ainda, estados de alma. Há semanas em que parece que tudo bate no fundo, de tão baixo a que se chega. A escolha é imensa e, felizmente, que com o “Bom” também tal acontece.
Esta semana a escolha vai para um negócio: a suposta venda da TVI para um grande grupo. É um passo lógico numa estratégia de negócios integrada assente na oferta de conteúdos multiplataforma. Nesse sentido não me considero um fundamentalista. Mas poderá ser perigoso pelo que representa em termos de grupo de pressão, pluralidade noticiosa e distanciamento de grupos económicos. Tal poderá constituir uma captura da informação.
Mas valha a verdade que temos que acreditar que o sistema funciona e está precavido para contornar quaisquer limitações, sendo imune às pressões, sem que tal signifique qualquer tipo de captura.