Confiança. Esse factor tão volátil e que vai ser novamente colocado em causa.
Apesar dos avanços feitos nos últimos tempos para juntar uma equipa de forma a derrubar a Dark Army, Elliot só pode confiar na irmã, depois de processar a raiva é nela em quem deposita a confiança para reverter o 5/9. Apesar da sua natural hesitação para ela esta missão tem um duplo significado, provar ao irmão a sua lealdade ao mesmo tempo que tenta minimizar os estragos do ataque.
O plano passa por entrar entrar na “Sentinel”, um edifício bastante protegido do FBI e onde estão as cópias do ficheiros, e a melhor ponte para o fazer é através de Dom. Darlene usa o seu jogo de sedução enquanto se vão perdendo um pouco dos seus princípios, tudo enquanto a agente entra no jogo numa dupla necessidade, a pessoal e a profissional, o problema é que foi tudo muito denunciado e era óbvio que ela iria ser apanhada, a sedução até foi bem conseguida mas ficou manchada pela previsibilidade. A sua vontade de ajudar é tão grande que nem se apercebe de que revelou demasiado a Santiago e que com isso conseguiu não só colocar a sua vida em perigo como também o plano do irmão. Ficou também a faltar um alerta de Elliot à irmã principalmente depois do aviso que Mr.Robot deixou, se isso tivesse acontecido ela dificilmente revelaria o plano, além disso esta falha não é muito característica da personagem.
Dom por seu lado ficou com certezas quanto ás intenções do seu chefe e provavelmente vai-se juntar a Elliot na caça à Dark Army, ela deixou-se levar pelas emoções e revelou um pouco mais da sua personalidade, mas era interessante um maior aprofundamento.
Elliot por seu lado fala numa Fase 3 e deixa todos a pensar, incluindo o inimigo que cai na armadilha, na verdade este próximo passo até passa por parar a E-Coin, mas o seu real motivo é infiltrar-se na rede da Dark Army e agora que o conseguiu a situação vai finalmente mudar de figura para o lado do herói.
Elliot: “If you don’t move on this, it’ll be on you to tell your employer why you fucked with her timeline.”
Mesmo tendo o mesmo objectivo Mr.Robot e Elliot teimam em não trabalharem juntos, assim este enfrenta um Tyrell solitário mas livre de qualquer acusação para que ambos acabem com a Dark Army. O Tyrell de outros tempos nunca aceitaria tal plano, mas agora as coisas são diferentes, percebe que foi manipulado, vê a sua casa vazia e percebe que não tem nada e que a sua grandeza de Deuses afinal não passa de uma farsa, “Time to grow up—there are no gods”.
Price que foi derrotado de uma forma estrondosa, não tem a capacidade de ser humilde e vem atrás de Tyrell para o nomear para CTO da empresa, um cargo de fachada pois claro, que faz dele novamente uma marioneta, mas desta vez nem tudo é o que parece pois é graças a essa posição que vão tentar eliminar o problema. A chegada de Price deu origem ao melhor diálogo do episódio onde ele demonstra porque é um líder, e afirma que sabia do plano desde o início, será mesmo? O seu discurso faz perceber a Robot que sozinho ele não chegará a lado nenhum porque os lobos solitários têm poucas probabilidades de sucesso, facto que Elliot já sabia. Agora que a dupla está formada o objectivo é só um, derrubar os falsos Deuses.
Price: “World catastrophes like this, they aren’t caused by lone wolves like you. They occur because men like me allow them. You just happened to stumble into one.”
Um retrocesso que não gostei foi de ver Angela a regressar às suas crenças e para junto de Whiterose. Depois do monólogo de Elliot tudo fazia querer que ela iria sair daquele marasmo, mas puro engano, aliás, ela mudou sim mas para pior, ficou mais alucinada do que nunca e voltou a referir as viagens no tempo. Não gostei deste retrocesso, senti que foi uma perca de tempo o que se passou no episódio anterior, tal como também já era tempo de serem mais concretos sobre as viagens.
O subestimar de Grant e até de Whiterose pode-lhes sair caro, mas agora que percebem que Elliot se virou definitivamente contra eles só existe uma solução, a sua morte. Grant sugere-o e o plano parece ser mesmo para avançar mas não fiquei convencido, primeiro pela reacção de Whiterose, depois porque este sempre o defendeu e iria agora querer matá-lo depois do plano estar em marcha? Sim, essa sempre foi a sua intenção, mas fiquei com a sensação de que ainda existe algo mais por detrás desta história. Outro aspecto interessante é saber o que contêm as caixas que ainda não foram para o Congo devido ao ataque e que deixou o “Deus” tão furioso, serão componentes de uma máquina?
A um episódio do final esperava mais, aliás, esperava mais desta recta final. A série já se colocou em patamares elevados e assim que estes baixam as críticas surgem, ainda assim tenho confiança em Esmail e estou convencido que o próximo episódio vai ser muito bom, ainda que esteja consciente de que nem tudo será respondido.
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