TOP10: As melhores séries de 2017

Nada melhor do que, no primeiro dia de 2018, revisitarmos as séries que mais nos marcaram em 2017.

TOP_10

Big Little Lies (HBO)

2017 foi mais um grande ano para séries, não só graças às boas temporadas das veteranas, mas também a estreias de grande nível. Entre essas estreias, podemos contar com “Big Little Lies”, também conhecida como a série das celebridades. Reese Witherspoon, Nicole Kidman e Shailenne Woodley são nomes sonantes e um grande chamariz para a série, sem dúvida, mas no final são Madeline, Celeste e Jane, as personagens que encarnam, que mais nos cativam. Porque “Big Little Lies” é muito mais do que uma série sobre os ricos e poderosos da belíssima baía de Monterrey, na Califórnia. É também uma série sobre vidas perfeitas que escondem duras realidades, sobre cenários idílicos que, entre quatro paredes, se transformam em verdadeiros cenários de terror. É uma série sobre três mulheres e mães, mas também um atestado à importância da solidariedade feminina acima de tudo e de todos. É uma dramédia sobre os ricos e famosos, e um “murder mistery” ao bom estilo dos antigos policiais. E é, por isso, uma das nossas favoritas deste ano.

(texto: syrin)

TOP_09

Better Call Saul (AMC)

Quando o spin-off de “Breaking Bad” foi anunciado expressei de imediato um certo desagrado. Aquele sentimento do quão criminoso é usar e abusar daquilo que deveria permanecer intocável. Depois veio o “mas” que humilhou o meu receio. Mas “Better Call Saul” é afinal uma das melhores séries da actualidade? Sem dúvida. Ao terceiro ano não só não perde fôlego como entrega a melhor temporada até à data. Pode não possuir a imprevisibilidade que pautava a série-mãe e a tornava tão viciante. Compensa no contemplativo, num ritmo que respeita o tempo da acção. A edição não esquarteja levianamente os momentos da acção, construindo cenas longas e reduzindo os saltos entre tempo e espaço. Deixa o espectador com a sensação de estar em “directo”, testemunha de um tempo que decorre inalterado. A história acima de tudo, desprovida de artifícios maiores que a prostituem ao serviço do espectador. Três temporadas depois, o Saul ainda aguarda a vossa chamada. Não tenham medo de se embrenhar num spin-offque em nada mancha a memória de “Breaking Bad”. Homenageia, é-lhe acrescento. Pavimenta de igual forma um percurso próprio que merece ser louvado.

(texto: Rafa)

TOP_08

Stranger Things (Netflix)

Em equipa que ganha não se mexe. Com uma temporada de estreia de tremendo sucesso, “Stranger Things” tinha agora sobre si o peso do mundo que todas as séries que atingem a estratosfera de popularidade carregam. Mais do que simplesmente contar uma história, a responsabilidade tornara-se outra, uma que nem sempre é alcançável: não defraudar expectativas. Com um maior orçamento, cresce em termos visuais, expande o seu universo, mas preserva a sua essência. Mesmo com um percalço pelo caminho (o famigerado episódio 7), a riqueza da história criada pelos irmão Duffer continua praticamente incólume. Não há que negar que a segunda temporada de “Stranger Things” é mais do mesmo. Mas… ainda bem.

(texto: ZB)

TOP_07

Fargo (FX)

Temporada da duplicidade, até mesmo no campo do físico com o enquadrar dos gémeos. Temporada das duas vias de pensamento, da verdade moldada. Ao contrário do demonstrado nas temporadas anteriores, a série do FX termina o seu terceiro ano com a ambiguidade como rainha. Palco para o vestir do próprio espectador. “Fargo” continua a demarcar-se como uma das melhores séries da presente década.

(texto: Rafa)

TOP_06

The Leftovers (HBO)

Se há algo em que Damon Lindelof tem revelado mestria é no trabalho que faz com as suas personagens. Não só na forma como as torna suas, mas principalmente como as torna de todos. Molda-as de tal forma que é impossível ignorá-las, amem-se ou odeiem-se. E é sempre nelas, por tão próximas que lhe são e por tão próximas que as torna, que, de forma sistemática, decide focar a resolução das histórias a que se propõe a contar. O resto, diria o outro, são “piners”. A opção nunca é consensual, longe disso, mas, como autor, parece querer que esta seja a sua marca. “The Leftovers” foi a sua mais recente experiência nesse sentido, talvez a sua mais bem-sucedida nesse aspecto até hoje, porventura por não ter o peso do mundo nos ombros como noutros tempos, quiçá também pelo amadurecimento que essas outras experiências lhe proporcionaram.

(texto: ZB)

TOP_05

Mindhunter (Netflix)

“Mindhunter” é mais uma aposta ganha da “Netflix”, um drama criminal que se destaca num ano repleto de séries dedicadas ao true crime. Deixando de lado as perseguições e tiroteios esta é uma série mais mental, explorando as motivações de um notório grupo de criminosos no que mais tarde dá origem à Behavioral Science Unit do FBI. Em vez de nos chocar com encenações sangrentas destes homicídios, a série entra na mente de assassinos como Ed Kemper e Jerry Brudos, procurando identificar o que os aproxima e distingue. As entrevistas entre os agentes e os presos são intensas e absorventes, evoluindo ao mesmo tempo que as respectivas personagens vão ganhando confiança para culminar num dos momentos mais captivantes da série que nos deixa num suspense em relação ao seu futuro.

(texto: Caroca)

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Dark (Netflix)

“Dark”, a primeira produção germânica para o Netflix, é uma espécie de prima afastada de “Twin Peaks”, mas mais sã mentalmente. Série para nichos, para puzzle makers e puzzle solvers, para aqueles que absorvem os pormenores da narrativa como se de um livro se tratasse, e para quem não se deixa derrotar por resoluções desatadas. A sua engenhosidade não reside na sua originalidade, mas sim na sua organização. Trata-se de uma teia complexa que se vai desfiando naturalmente, solucionando o puzzle de forma orgânica e organizada. Isso implica que algumas resoluções sejam previsíveis, é verdade, mas predominantemente ressalva a coesão narrativa. Ao mesmo tempo, permite-nos conhecer um conjunto de personagens, simples à primeira vista, mas complexos a cada face que lhe descobrimos.

(texto: ZB)

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American Vandal (Netflix)

Numa época em que os produtos inovadores começam a rarear, a Netflix continua a dar cartas com grandes apostas. E “American Vandal” é um grande exemplo disso. A série apresenta-se como uma espécie de “mockumentary” onde se investiga um crime muito sui-generis: graffittis de pénis espalhados nos carros dos professores, um aluno do secundário expulso, e uma história mal contada que merece ser investigada. Capitalizando na nova obsessão pelas séries documentais de crimes reais, “American Vandal” tem uma premissa que pode parecer ridícula à primeira vista, mas que na verdade é extremamente inteligente e funciona muito bem, não só graças ao elenco bem escolhido, mas também à forma como consegue respeitar o género em que está inserido, sem nunca deixar de o criticar ironicamente. “American Vandal” é mais uma excelente aposta da Netflix que todos deviam conhecer.

(texto: syrin)

TOP_02

Legion (FX)

“Legion” traz mais um produto Marvel para o pequeno ecrã através do cunho de Noah Hawley, reconhecido mais recentemente pelo seu trabalho em “Fargo”. A escolha de uma personagem quase “secundária” quando comparada com o grupo de peso de X-Men trouxe alguma estranha que foi rapidamente dissipada como se pode ver pelo lugar que a série ocupa neste top. Rapidamente somos embrenhados no mente de David Haller através de fantásticos grafismos e uma magnífica realização que nos dá visões, vozes e alucinações que nos fazem duvidar o que será verdade e o que será imaginado. Um mistério que se vai adensando ao mesmo tempo que nos captiva, especialmente com a louca participação de Audrey Plaza que nos transporta para um outro mundo de onde também o espectador parece ter dificuldade em sair.

(texto: Caroca)

TOP_01

The Handmaid’s Tale (Hulu)

“The Handmaid’s Tale” é uma adaptação do livro de 1985 de Margaret Atwood mas é em 2017 que parece fazer ainda mais sentido. Uma distopia inteligente passada num mundo totalitário em que as mulheres são subjugadas numa sociedade patriarcal onde não podem ler nem escrever e, no caso do grupo específico das Handmaids, são forçadas a uma espécie de escravidão sexual. O guião já de si excelente, brilha com um magnífico elenco liderado por Elisabeth Moss e torna-se excelente com a lente de Reed Morano que realiza os três primeiros episódios. Uma série imperdível de 2017 que nos deixa com um final estimulante a contar os dias para o seu regresso algures durante este ano.

(texto: Caroca)

4 opiniões sobre “TOP10: As melhores séries de 2017”

  1. Parece que acompanhei metade da lista: Better Call Saul, Sranger Things, Fargo, The Leftovers e The Handmaid’s Tale.
    Das restantes, tenho curiosidade em ver The Dark e Legion.
    Como continuo a fazer maratonas de séries que já terminaram (The Wire, BSG, Sopranos, Mad Men, SFU, entre outras), não sobra muito tempo para as novidades 😀

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