Star Trek: Discovery – (1×10) – Despite Yourself (Netflix)

O texto que se segue CONTÉM SPOILERS

“Star Trek: Discovery” regressa de hiato determinada. Com a força da criatividade que o twist do final do episódio anterior lhe potenciava, espreme-a com eficácia, deita as cartas na mesa e dá-nos um novo universo para descobrir (ou revisitar, para quem já viu as outras séries do franchise).

Mas antes de embarcarmos por esse universo paralelo, destaquemos a confirmação de uma popular teoria: o Ash é o Voq; o Vop é o Ash. Estando a revelação previamente planeada para este episódio ou tenha a opção passado simplesmente por dar aos fãs a confirmação que eles precisavam, a verdade é que a série não perdeu mais tempo com rodeios e confirma sem reservas que o Ash não é nada menos que o Klingon Voq transformado em humano e infiltrado a bordo da Discovery. As ramificações são imensas, especialmente pela relação que ele desenvolveu com a Burnham, e começam já a manifestar-se. Entre aquelas de maior impacto imediato na história, a primeira vítima mortal na sequência de tal descoberta: Dr. Hugh Culber, que não teve oportunidade para mostrar muito além de ser um determinado companheiro do Paul Stamets, junta-se à lista de personagens que a série descartou cedo de mais. Contudo, a sua saída parece inevitável tendo em conta as circunstâncias (o de se ter tornado uma ameaça à missão do Voq).

Se a revelação em torno do Ash já preencheria suficientemente o episódio, o último salto protagonizado pela Discovery e que a transportou para um universo paralelo trouxe à história ainda mais motivos de interesse. Ainda que a forma como o episódio anterior abordou a questão tornara a reviravolta previsível, a realidade construída revela-se como um mundo de oportunidades. Um regime totalitário, um Império “Terran” já previamente estabelecido em outras séries do franchise, onde o fascismo, o racismo e a xenofobia definem os humanos de um universo que dominam com punho de ferro. Estando completamente fora do seu elemento, e sem ter grandes alternativas para lidar com a questão de forma aberta, cabe à Discovery dissimular-se e imiscuir-se nesta realidade da melhor maneira possível até ao momento em que consiga finalmente voltar a casa. Pelo caminho, que espero que dure um bom número de episódios, alguns obstáculos que põem à prova as personagens. É este um dos méritos da série, o de constantemente desafiar as suas personagens, de as colocar perante dilemas pessoais resultantes das aventuras que vivem ao invés de apenas as colocar a viver aventuras.

São apenas dez episódios, mas pela forma tão rica como se tem apresentado em termos de história “Star Trek: Discovery” parece que já dura há várias temporadas. Neste momento, a expectativa para o que a série ainda reserva não poderia ser mais alta.

2 opiniões sobre “Star Trek: Discovery – (1×10) – Despite Yourself (Netflix)”

  1. Gosto das possibilidades dos universos paralelos mas detesto a forma como as séries as abordam mostrando sempre as mesmas personagens apenas numa outra realidade. Não consigo fugir à incrivel ilógica e baixíssima probabilidade de tal acontecer.
    Metam universos paralelos mas mostrem outras coisas pq a grande probabilidade é exactamente as coisas serem completamente diferentes, outras pessoas, outras civilizações, outros estágios de evolução, etc

    Gostar

Deixe uma Resposta

Preencha os seus detalhes abaixo ou clique num ícone para iniciar sessão:

Logótipo da WordPress.com

Está a comentar usando a sua conta WordPress.com Terminar Sessão /  Alterar )

Facebook photo

Está a comentar usando a sua conta Facebook Terminar Sessão /  Alterar )

Connecting to %s

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.

%d bloggers gostam disto: