The X-Files: 11×03 – Plus One (FOX)

O texto que se segue CONTÉM SPOILERS

Um episódio à moda antiga, que mergulha fundo na matriz da série.

Uma semana depois de ter referido que tinha para mim que os melhores episódios da série NÃO eram escritos pelo seu criador, Chris Carter, eis que este nos presenteia com um muito bom episódio que não desilustra em nada dos episódios clássicos de “The X-Files”.

Aliás se este “Plus One”, tivesse sido exibido há 20 anos todos acharíamos que era “The X Files” vintage. E, apesar de ser de 2018, é claramente vintage.

A história anda à volta do conceito de Doppleganger, de duplos/gémeos maléficos que cada individuo terá. Neste episódio com uma série de mortes que se sucedem, aparentando estar ligados a irmãos gémeos disfuncionais que passam o seu imenso tempo livre a jogar ao jogo do enforcado, com nomes de pessoas que querem ver mortas.

Quando antipatizam com alguém, através do jogo começam a tentar adivinhar quem será a pessoa. Enquanto jogam surge um “outro” igual ao individuo que persegue o seu “eu” original e, no limite, será o responsável pela morte. Ou seja, é assassinado pelo seu gémeo maléfico, mas entendido por todos como suicídio.

Claro que este caso aterra no escritório de Fox e Mulder, e claro que temos o crente a achar que há alguma coisa de estranho, talvez metafísico em toda aquela situação, e a céptica a considerar ser apenas coincidência e nada de anormal ali existe. Comprova-se que o crente tinha razão. À medida que se aproximam da verdade e vão fazendo a ligação no papel que os irmãos gémeos (meio tresloucados) têm, acabaram por se tornar uma ameaça. Até que surgem os Dopllegangers de Fox e Mulder…

Estes episódios de 2018 (assim como a temporada transacta) têm o aliciante extra de representarem também o amadurecimento da série e uma auto-homenagem ao universo e aos seus criadores. Este episódio não é excepção. É por demais evidente que existe uma espessura dramática nos personagens que não existia anteriormente que vem da idade de todos os envolvidos e da experiência que os actores adquiriram.

“Plus One” consegue nacos surpreendentes de conversa sobre a idade, o envelhecimento, o futuro e os afectos que combinam bem com o espírito (actual) da série. E connosco, espectadores/fãs que com eles envelhecemos; para os mais novos se calhar nada significam. E a química entre os dois está lá, sendo assumida pelos personagens neste episódio no seu final.

Quanto à homenagem ao passado, pelas notas de produção, de destacar a actriz que faz o duplo papel (masculino e feminino) dos gémeos tresloucados. Talvez tenha sido mais bem conseguido no personagem feminino do que no masculino (algo cartoonesco). Esta já tinha estado em dois episódios da série, sendo um o muito apreciado “Home”.

É a sensação do encontro de velhos amigos, visível no encontro de personagens, actores/criadores, mas também entre nós, espectadores e os bons e clássicos episódios da série. Felizmente, este foi o caso!

2 opiniões sobre “The X-Files: 11×03 – Plus One (FOX)”

    1. E pelo que li nas notas de produção com metatexto a remeter para outros trabalhos. Scully utiliza como metáfora uma luta de macacos, uma referência/piscar de olhos ao último trabalho da actriz que da vida aos gémeos maléficos “War of the planet of Apes”. E eu que gosto desses pequenos detalhes…

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