How the mighty have fallen ou como Shonda decidiu perder tempo a escrever um episódio de “Scandal” quando o barco está prestes a afundar.
Longe de ser uma especialista em storytelling, se há coisa que percebo enquanto espectadora é a capacidade de criar suspense e de nos dar uma boa revelação. Quando esta narrativa em redor do desaparecimento de Quinn começou nunca me passou então pela cabeça que a mesma estivesse morta porque na realidade “Scandal” nunca teria a coragem para o fazer. São poucas as séries que arriscam matar uma das suas personagens principais e ainda menos devem ser os argumentistas que mais tarde não confessam ter sido possivelmente um erro. Assim, foi com limitada emoção que vi a despedida de Quinn e ainda mais limitado interesse segui este passo a passo dos seus dias desde o momento em que foi raptada até ao presente.
Por muito que aprecie um episódio em que nos é mostrada uma determinada história de um ponto de vista diferente este “Good People” acabou por não conseguir fazer uma boa entrega porque desde o seu início que estava determinado pela credulidade de cada espectador. Quem acreditou piamente no trágico desfecho certamente que apreciou perceber todo o plano de Rowan durante estes 40 minutos. Do outro lado devem talvez estar as pessoas que, como eu, acharam interessante ver como ele conseguiu esta proeza mas ainda assim não consegue ter os seus ossos de volta. Simplesmente perder 40 minutos a seguir um homem que fala para bonecos de plástico a fazer as suas compras é coisa que não tenho tempo para fazer. Estão assim com tão poucas ideias que não podiam condensar esta informação em metade do episódio e lidar com as consequências da descoberta de Charlie?
Por muito que continue a detestar os monólogos de Rowan se há coisa que ainda assim salva o episódio é Joe Morton e a forma como lida com esta angustia de ver Olivia a tornar-se mais como ele. A sua humanização está a ser interessante de seguir nesta temporada claramente mais focada nas personagens o que se notou ainda mais com esta adição de um “amigo” na sua aborrecida vida a falar para o boneco (ahah). Sem percebermos ainda qual é o objectivo de Rowan daqui para a frente fica no entanto a esperança que consigam criar desta “morte” uma interessante oportunidade para dar um necessário ânimo à série nesta segunda metade que se avizinha.
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