O ano é 1996. A maioria das personagens têm 15/16 anos. Tendo nascido em 1981, há uma identificação pessoal com “Everything Sucks!” que até hoje raramente encontrei.
Sem se preocupar com as típicas (e banalizadas) abordagens às dificuldades de integração social, evitando a explorada até à exaustão segregação jocks, nerds, stoners, e outras que tais, “Everything Sucks!” apresenta-se como uma história de coming-of-age sincera e credível.
Poucas são as séries que tenha visto que abordem os anos da adolescência em que tenha sentido uma conexão tão intrínseca. As únicas três que vale a pena mencionar, apesar da sua inegável qualidade, nunca o conseguiram por diferentes razões. “Freaks and Geeks” porque decorria no início da década de 80, “My So-Called Life” porque exagerava na quantidade de tópicos tabu que queria abordar e “Friday Night Lights” porque apresentava uma realidade muito específica.
“Everything Sucks!” consegue ser um reflexo mais honesto dos meus anos de adolescência, mesmo com todas as variações sociais e culturais que implicam as duas realidades (a descrita pela série e a vivida por mim). Mais do que simplesmente me contar uma história, aviva-me a memória. Não pelas temáticas, pois essas são universais e mantém-se actuais, mas sim pelos pormenores que mais ninguém alguma vez voltará a experienciar (uma cassete encravada num auto-rádio, uma página web a carregar, uma ida ao videoclube). E, depois, a música, que assume um papel determinante na série: Oasis, Tori Amos, Spin Doctors, Duran Duran e… Ace of Base.
Apesar de “Everything Sucks!” propor acima de tudo uma viagem nostálgica, a sua obsessão em reviver os anos 90 não interfere com a necessidade de atenção das suas personagens, sentindo-se um cuidado em lhes dar dimensão. O elenco, apesar de praticamente desconhecido, é, na sua maioria, bastante competente (há um ou outro elemento mais fraco, naturalmente) e a história vai ganhando consistência de episódio para episódio (especialmente a forma como vai sendo construída a relação que se desenvolve entre os dois únicos adultos da série). “Everything Sucks!” não é um flashback inócuo; é antes uma viagem no tempo com alma e coração.
Reviver os anos 90. E de repente a realidade bateu à porta…
Sim, já se pode dizer “reviver os 90”.
O tempo não para!!
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Achei piada a esta série, mais do que pensava de início.
Gostei das homenagens aos anos 90, mais até do que algumas histórias e personagens (aquele clube de teatro… barf).
E os Ace of Base a bombar. E os Roxettte.
Ahhh, saudades dos 90s… 🙂
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Parece-me uma boa proposta para ver com a mulher 😀
Que saudades dos anos 90… Há alguma passagem a colar com fita-cola a fita de uma k7 que tenha partido? 😀
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Isso não. 🙂
Mas há uma cena porreira…
SPOILER
…dos putos a irem à net.
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