O inevitável aconteceu (embora um milagre narrativo pudesse sempre acontecer) e mais uma personagem “querida” da série morreu. Foi a minha despedida da série também. E para que fique claro desde o início, esta minha despedida foi sendo adiada muitas vezes e em nada se relaciona com a morte de alguém.
Por mais baixos que uma série tenha, o meu regresso semanal à mesma depende sempre das personagens. Enquanto a ligação está lá, enquanto o seu futuro está ligado ao meu presente e enquanto a empatia existir, raramente desisto de uma série. Mesmo que a história seja um repetição de tudo o que já vi ou mesmo que no final de cada episódio esteja a bocejar de tédio, se me importo com eles é certo que voltarei. O pior é quando esta ligação desaparece.
“The Walking Dead” tem-se arrastado por muito (demasiado) tempo. Ao fim de oito temporadas (e pelo menos mais uma virá), é complicado manter uma jovialidade narrativa. Há histórias que se repetem, parecenças propositadas e lentidão a rodos. Tudo pontos negativos para a série mas que fui sempre balançando com o meu investimento nas personagens. Mas estas começaram a abandonar-me (ainda antes de eu as abandonar). Com mudanças de personalidade ao som dos tambores da orgia social/narrativa de cada episódio, com personagens que há muito deveriam ter desaparecido e com outras que deveriam ter mais tempo de antena (confesso que este grupo, ultimamente, não tem um único sobrevivente), o caminho para o meu abandono da série estava traçado e foi um simples adiar do inevitável.
A primeira metade da oitava temporada foi um suplício. Estava com expectativas do que viria aí (tendo em conta a estreia) mas foi tudo mais do mesmo. A questão toda em redor da guerra com Negan dura e dura, por cada avanço na história há 3 ou 4 recuos e assim se vai prolongando (artificialmente) uma história que poucas vezes entrega aquilo que deveria (e se já não deve entregar nada, então que se acabe com a série. Tudo tem um fim). O oitavo episódio trouxe o “choque” (lá está a falta de empatia) de Carl ter sido mordido e o nono foi a sua despedida. Sentida, sim senhor. Sofrida, sim senhor. Mas não obrigado. Fico mesmo por aqui.
Chegado a um ponto em que ver uma série se torna simplesmente um dever (devido ao meu compromisso com o site), a decisão é óbvia. “The Walking Dead” já nada acrescenta à minha dose semanal de televisão e como tal foi descartada por mim. Não quero saber mais se Rick ganha a guerra, se Negan morre, se Morgan voltará a ser uma personagem normal, se Eugene desaparece e leva consigo o padre ou se as crianças terão um futuro risonho e feliz, longe de todos os zombies que umas vezes são estúpidos e lentos e outras vezes velozes e perspicazes. Chega de masoquismo. O panorama televisivo está cheio de propostas bem mais interessantes para mim.
E face ao que aguentaste já merecias uma medalha ehehe.
Eu ainda fui à primeira metade da sétima, por engano. Chegou.
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E eu que sou acérrimo fã só ontem vi o episódio 9 por simplesmente não ter grande pica para o ver?
Esta temporada está a ser um suplício mesmo. 😦
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Eu ainda não desisti, mas já só vejo por ver… Curioso como esta morte durou 24h, às vezes parece que se transformam em 15 minutos…
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É uma pena Maciel, percebo-te perfeitamente, e ainda mais com o “dever” de escreveres para o nosso TVD.
O mais agoniante nisto tudo e termos um seriado com um potencial enorme e como dizes e bem não passar da cepa torta. Não digo que sigo só por seguir, mas é quase… sempre na esperança(burro..lol) que a serie tome outros rumos( e não era difícil).
A morte do Carl é realmente inesperada(pior era mesmo ele não morrer depois de mordido), e respeito a tua decisão como seja a gota de água.
Realmente já sobram poucas personagens do episódio piloto emitido à 8 anos, mas isso não seria razão para manter o interesse e vitalidade da série. O cerne é mesmo em continuar a apostar em argumentos repetitivos e pouco interessantes.
Como o outro dizia… “temos pena Maciel” mas neste caso nós que liamos as tuas cronicas.
Um agradecimento pelos teus textos e opiniões sempre validas que sempre li com muito gosto.
Um abraço e até uma próxima.
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