Crónicas (T3): O grilo falante das expectativas

Pode o hype que veste uma série revelar-se como algo positivo? Pode alguma vez esse elevar desmesurado de expectativas conduzir a uma experiência sem quaisquer pré-idealizações?

Duas das séries mais frequentemente enaltecidas no presente ano, ainda que estreadas originalmente em 2017, têm sido “The End of the F***ing World” e “La Casa de Papel”. No caso da primeira, louvada como perfeita por todos os cantos, foi gosto gradual e não paixão imediata. Chego à meta seguro de ser realmente uma boa série, pequena ode aos inadaptados, mas a verdade é que no início – sim, demarco o início de uma série que totaliza menos de 3 horas – dei por mim a caracterizá-la como “nada de especial”. E não é esse pejorativo termo cada vez mais usado na era do hype? Uma forma de contrariar e de nos distinguir de um louvor do qual não compartilhamos? O problema é que os produtos falam cada vez menos por si só, carregando às costas o peso das palavras de louvor desmesurado dos precoces. Hoje em dia é praticamente uma utopia ir-se com uma mentalidade de tábua rasa para uma qualquer série. Por mais que se diga que não sejamos influenciados por opiniões alheias, o nosso subconsciente faz uso do termo “obra-prima” que alguém nos recomendou ou que pura e simplesmente vislumbrámos em jeito relâmpago no título de um qualquer artigo. O termo lá fica, escondido num canto da mente e prestes a ser alimentado ou fortemente contrariado aquando da efectiva visualização – a sétima arte tem tido exemplos bem mais notáveis, como o foi “La La Land” por exemplo, de bestial a besta, de “ode aos musicais clássicos” a “pior filme de sempre”, rejeitando a possibilidade de um meio-termo sem o desgastante fardo de desconstruir o hype inicial. O inicial e precocemente aclamado vem quase sempre a torcer narizes por um mero contraste que quer entregar resposta de igual peso e medida.

No caso da segunda, série espanhola nas bocas do mundo depois de ter sido comprada pela Netflix, assiste-se a um passa-palavra que a eleva nos degraus da qualidade e que inevitavelmente nos molda o percurso. Excelente premissa, isso ninguém lhe tira, e com um bom leque de personagens (bendita sejas, Nairobi!), mas – o tal “mas” que preenche sempre as linhas de uma opinião que não vai de encontro ao hype – perde-se em demasia no teor novelesco. O amor. Sempre o amor. É cerne, catapulta, entrave, linha condutora, tiro no pé. Um uso e abuso do romance em pleno assalto que move o país. Já para não falar de um recorrer constante a timings convenientes que me fazem revirar os olhos até saírem de órbita. Apesar de tudo isso, garante-me como espectador até ao último episódio pelo quão investido me encontro pelas personagens. Nunca chegando a ser uma má série, “La Casa de Papel” fica ainda assim tremendamente aquém da hipérbole inicial. Chegar tarde a uma série popular é chegar já com bagagem, com mil e uma vozes que a asseguram como pináculo do panorama televisivo. Verdade seja dita, é preferível o hype que promove o produto “estrangeiro” – isto é, numa outra língua que não o habitual inglês – pelo simples facto de meter o espectador em contacto com a ficção oriunda de países que mais facilmente opta por ignorar.

E quanto a vocês desse lado, como gerem o hype que vos é tapete de entrada aos produtos televisivos mais populares? Alguma desilusão recente que pese mais por um mero contraste ao louvor desmedido?

21 opiniões sobre “Crónicas (T3): O grilo falante das expectativas”

  1. São poucas as séries que correspondem ao hype que têm. Assim à cabeça vem Stranger Things que de facto valeu todos os elogios que lhe davam.

    Só vi a Casa de Papel pela conversa que estava a proporcionar e pela premissa ser boa. Tinha tudo para ser uma série do caraças mas…não é. É uma boa série, vê-se muito bem, ficamos com vontade de conhecer Toquio e Nairobi mas apresenta tantas lacunas para a premissa inicial que impede de ser a tal série de eleição que muitos falam.

    Posso ser arrogante mas ler que é uma das melhores séries de sempre só me apetece dizer “viram poucas séries, só pode”. Um comentário que li foi “Prison Break e La Casa de Papel são AS séries”. Tive que sorrir.

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    1. É puro entretenimento, não espero grande coisas de ambas as séries que apontas. Até percebo que sejam metidas no mesmo patamar, o ritmo mais frenético, a forma como terminam os episódios (propício ao binge), etc. Na altura gostei bastante de Prison Break (só mesmo as duas primeiras temporadas; a terceira é das coisas mais sofríveis que já vi), se a visse hoje em dia acredito que a minha opinião não fosse a mesma. Se calhar se “La Casa de Papel” tivesse surgido na mesma altura, sendo eu ainda tão verde para a tv, provavelmente eu veria sem quaisquer problemas. Hoje em dia a fasquia é outra.

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  2. É exatamente o que sinto. Não sou arrogante nem me estou a gabar, mas a maioria das pessoas não sabe ver televisão nem filmes. E quanto ao hype, quando há muito, é para suspeitar. Tanta série que já vi ou vejo que não corresponde ao hype. Por exemplo, já me disseram que Walking Dead e Anatomia de Grey são das melhores séries de sempre. E basta eu ver uns episódios para encontrar um sem número de falhas.

    Antigamente, ia mais pela opinião dos outros. Mas desde que me disseram para eu não ver o “Estigma” porque era muito terror e depois, eu vi, e não me assustei assim tanto, deixei-me disso.
    Eu faço as minhas próprias críticas.

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  3. O problema do Hype é que vai-te gerar espectativas que dificilmente se comprovam e depois vai do gosto pessoal de cada um e dou como exemplo o filme Get Out que eu fiquei completamente desiludido ou as series Counterpart, Waco e Legion mas isto é o meu gosto. Se calhar senão existisse o chamado Hype á volta destes 3 exemplos eu até poderia ter outra opinião. Agora o Hype não tem nada haver com a opinião de cada um após visualizar a serie ou filme. Como dizem e bem, cada um é que faz as suas proprias criticas. Agora também é verdade, que mais rapidamente vejo um filme/série etiquetado como “Hype” mas isso não quer dizer que vou continuar a seguir a serie ou ver o filme até ao fim.
    A questão aqui não é ser arrogante ou não, a questão é saber respeitar a opinião dos outros. Eu por exemplo recomendo La Casa de Papel porque acho que é uma serie muito boa mas já não recomendo o visionamento do filme a Forma da Àgua ou do Walking Dead.
    O TVD muitas vezes serve-me de filtro mas por vezes não concordo com as criticas. Posso gostar de uma serie em que voces classificam com 1 estrela ou detestar outra serie em que dão nota quase máxima, mas vejo e faço a minha critica (excluindo as series do canal CW que já não tenho idade para aturar aquilo).

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    1. A “arrogância” era no facto de ver tantas séries que acho absurdo que se coloque La Casa de Papel num top. Obviamente que respeito quem acha que Prison Break é uma série de topo, apenas acho que quem diz isso deve ter visto poucas séries. Daí a “arrogância”. 🙂

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    2. Sim, a questão aqui não era de todo a possibilidade de nos deixarmos levar pelo embalo do hype mesmo depois de visto e sem que tenhamos realmente gostado. Acredito que muitos o façam, vejo inúmeros exemplos, essa metamorfose das opiniões perante este e aquele.
      O motivo para estas linhas era mais para referir a tendência que tenho vindo a testemunhar (sem cair no entanto no erro de generalizar a questão) de que, ao haver um tremendo hype envolvido, há quem sinta a necessidade de se tornar ainda mais vocal como forma a contrariar o hype. O que prejudica o produto em si. Não é bom? tudo muito bem. Mas num piscar de olhos foge de imediato para o “mau/terrível/péssimo” pela simples necessidade de desconstruir o hype inicial. É como bem dizes, se calhar se não houvesse o tal hype poderias ter uma outra opinião. Por vezes, e não é que o façamos de forma consciente, entramos já para algo com a mentalidade “deixa cá ver se encontro motivos para perceber os tais elogios”.

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      1. Sim, sim, totalmente de acordo. Muitos dizem mal só pq é hype. É como os críticos de cinema que criticam tudo o que tem sucesso, todo e qualquer blockbuster não presta, etc etc

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  4. Também já estou a ser bombardeado com o “tens que ver a La Casa de Papel, é do melhor que há”! Normalmente não corre bem, principalmente vindo de pessoas que também acham TWD e GOT das melhores séries de sempre, eheheh (eu também vejo as duas, mas reconheço um sem número de fragilidades gritantes em qualquer uma delas, embora GOT esteja claramente, na minha opinião, bem acima a nível de qualidade).
    Normalmente só dou ouvidos a alguém que tenha um tipo de gosto parecido com o meu, por exemplo o Rafa nunca me defraudou nas recomendações 😀 Quando os gostos são completamente diferentes, o que é perfeitamente aceitável e normal, prefiro ignorar as sujestões, embora existam séries que é quase impossível algém não gostar 😀
    Apesar de The X-Files continuar a ser a minha série de eleição, muito por culpa daquilo que representou a determinada altura da minha vida, tal como Lost o fez depois, raramente a recomendo a primeira a pessoas que não gostam do género, muito menos afirmo que é a melhor série de sempre 😀 Prefiro perguntar primeiro: Gostas do género? Então avança, eheheh.
    Quanto ao hype, The Wire, Breaking Bad, Sopranos, SFU, Mad Men, BSG, para citar apenas algumas das que vi mais recentemente, corresponderam na plenitude ao prometido (eu sei que são casos especiais :D). No sentido contrário prefiro nem falar 😀 😀 😀

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    1. Tenho muito essa dificuldade em recomendar séries, só mesmo quando acho que são muito boas, porque é isso mesmo, eu tenho uma variedade incrível de estilos que gosto que sem saber o que a outra pessoa gosta fica difícil recomendar. O exemplo que dei acima, The 100. Eu adoro a série, mas sei perfeitamente dos defeitos que tem pelo que tenho dificuldade em recomendar pq quem a vê pode logo ficar desgostada com os tais defeitos.
      A que eu digo facilmente, em qualquer discussão, em qualquer momento, é Lost. A melhor série de sempre!!! 🙂

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      1. Sim Lost é sempre uma boa hipótese, tem um pouco de tudo para todos os gostos, uma mescla de géneros. Acho sempre que a derradeira prova chega no final da quarta temporada, altura em que muitas pessoas optam por desistir. Quando recomendo Lost fico sempre a pensar na reacção quando chegar ao “mover da roda” 😀

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    2. Ainda bem que ainda não te falhei nas recomendações, há-de chegar o dia eventualmente eheh

      Sim, convém haver sempre uma certa sensibilidade com o gosto da pessoa a quem recomendas. Quantas vezes me perguntavam “qual a melhor série actualmente no ar que me recomendas?” e eu dava por mim a pensar em The Leftovers e acabava por nem sequer mencionar essa e procurar uma outra que achasse que se iria adequar melhor ao gosto daquela pessoa. Claro que se me disser que está disposta a sair da sua zona de conforto óptimo, aí recomendo sem reservas. Com cinema então dou por mim com bem mais dificuldades, por norma os meus gostos são um pouco complicados de gerir na prática quando me pedem filmes pura e simplesmente pelo “escapismo” da coisa. Lá está, é como dizes. Recomendações feitas à medida.

      Realmente entre todas essas que apontas realmente senti o mesmo, o hype foi facilmente justificado – no caso de Mad Men e Breaking Bad ainda apanhei o comboio a meio por isso não teve tanto o peso do hype posterior.

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  5. Com a chegada da Netflix às massas, chegaram também as novas gerações de ‘seriolicos’. E o que é que está mais à mão? As séries que referiste. Possivelmente, para muitos, são as primeiras séries que vêm e acham a melhor coisa do mundo. Já vejo séries a algum tempo para escolher bem as que quero seguir, e não ir em hypes. Só vi “The End of the F***ing World” e achei interessante, por ser realmente diferente e com boa fotografia. La Casa del Papel não vi, e talvez nunca veja.

    Felizmente aqui no TVD sempre dão/deram o devido destaque a séries como The Knick, Hannibal, GOT, Breaking Bad, etc. Séries onde realmente se vê qualidade em todas as vertentes que compõe séries de excelência.

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    1. Sim, o TVD ajudou-me muito. Se não fossem as vossas recomendações, acho que nem veria muita das séries que já vi ou vejo actualmente. Porque eu não tenho Netflix e se fosse a confiar no que a nossa televisão nos dá, teria um repertório muito fraco.

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  6. Mas o que é o hype? Um conjunto de reacções positivas. Que, tal como qualquer outro tipo de reacções, é de teor completamente subjectivo. A sua grande força, no entanto, é a questão do colectivo e a pressão que o mesmo exerce, mesmo que o neguemos, sobre nós. Talvez o importante na análise a este tema passasse por abordar a forma como cada um se deixa afectar pelo hype e porque é que se deixam afectar sequer. Ou seja, por que razão, Rafa, é que te deixas afectar? Não se percebe pelo texto, porque optas por usar o hype para justificar o não teres gostado de duas séries que muitas outras pessoas gostam. Hoje em dia é por demais notório que o hype se tornou uma grande desculpa para os cínicos deste mundo. Muitos daqueles que se queixam de serem “enganados” pelo hype sustentam a sua reacção em pressupostos que derivam da influência do mesmo, deixando para segundo plano o resto (que é o mais importante, ainda por cima). Se calhar seria mais saudável partir à descoberta, em vez de deixarmos dizerem-nos o que devemos descobrir, em vez de estarmos constantemente a tentar perceber a reacção alheia e focarmo-nos mais na nossa…

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    1. Mas eu gostei de “The End of the F***cking World”, escrevi isso. E quanto a “La Casa de Papel” salientei os problemas que tenho com a série, em linhas muito gerais porque isto não tinha o propósito de lhe ser crítica a solo. Mas está lá, independente do hype. Peguei em duas entre as pouquíssimas que tenho visto este ano e que, por acaso, são das mais faladas. E não me parece que passe a ideia de poder não gostar pelo hype que poderia ter em cima. Na verdade, até aponto que a minha primeira reacção de “F***cking World” foi de que não era “nada de especial”, ou seja aqui incluo-me no recorrer a um termo cada vez mais usado não em comparação com produtos já existentes mas sim como via a retirar forçosamente o peso do hype. Mas a reacção final acabou por se revelar bem mais positiva.

      Como dizes, o mais importante fica muitas vezes para segundo plano. Porque há uma ânsia em retirar poder à tal opinião que outrora glorificou o produto. E acaba por ser desprovida de qualquer fundamento, qual mera embirração. Deparo-me cada vez mais com “críticas” que incluem somente “não correspondeu ao hype”, quando na verdade deveria ser analisado o produto em si sem o peso maior que este e aquele lhe dão. Uma opinião pessoal que não exista com o mero propósito de destronar as demais.

      Não ache que me deixe afectar pelo hype nas escolhas que faço. De todo. Diariamente opto pelas vias que realmente me interessam, mesmo sabendo que é no mais popular que poderia encontrar maiores possibilidades de conversa e interacção. Mas esse “conjunto de reacções positivas” está presente em muitas das nossas visualizações, quer queiramos quer não. A não ser que vás totalmente às escuras, o que é sempre algo revigorante.

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      1. Okay, então vamos analisar a coisa por outro prisma: a abordagem, a forma como tu escolhes ver uma série.
        Eu sei que, no que toca ao cinema, tu tens uma abordagem específica. Vais à descoberta, não te prendes a hypes. Nada nas tuas escolhas é redutor. Em termos da televisão, és um bocado refém daquilo que contestas.

        Só vês séries que tenham boa recepção crítica.
        Ou só vês séries por sugestão de terceiros.
        Ou só vês séries que tenham determinadas pessoas envolvidas de que no passado tenham feito parte de uma produção que tu gostes (seja uma actriz/actor, sem um showrunner).

        E isto é completamente normal, é o que acontece com toda a gente.

        Mas, por exemplo:
        Quantas séries nórdicas já viste?
        Quantas séries britânicas, sem ser aquelas mais populares?
        Quantas séries portuguesas?
        Quantas novas séries começas a ver sem saber nada sobre elas?
        Quantos pilotos, antes do hype, vês à experiência?
        Ou esperas sempre reacções alheias para experimentar algo?

        Com isto quero apenas dizer que parece-me uma abordagem algo contraditória queixar-se de algo (neste caso, o hype como sendo um problema) quando nada se faz para evitar ser influenciado por aquilo de que se queixa.

        Hoje em dia tens uma multiplicidade de plataformas que te permitem descobrir e apreciar algo sem influências externas. Parte de cada um deixar-se ou não influenciar por hypes e afins. Não é fácil, principalmente quem anda por redes sociais, evitar essas referências (como tu referes no texto), nem que seja um título dum artigo pelo canto do olho. Todavia, é possível.

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      2. E, já agora, só para terminar, não acho que o hype seja um problema. De todo. O grande problema é o facto de muita gente passar grande parte do seu tempo a tentar perceber porque é que os outros gostam das coisas. É uma mentalidade em que não me revejo, que rapidamente resvala para conversas de alcoviteira assentes num pressuposto que diminuir os outros é aceitável. E não é.

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  7. Quando se reduz o tempo que queremos dedicar a algo, neste caso o que me tem acontecido nos últimos meses com a televisão por querer dedicar bem mais tempo ao cinema, vão surgir mais e mais filtros. “Ah e tal só me apetece ver a série do Alan Ball somente pelo nome que é”, dito por mim mais palavra menos palavra. E ainda nem peguei e nem faço a mínima ideia da sua recepção crítica – nunca a vejo referenciada seja onde for – e provavelmente já nem pego porque a vontade foi esmorecendo. Mas é um filtro, bastante superficial mas não deixa de o ser. Um nome que já me foi aposta segura no passado e que talvez pudesse vir a ser novamente. Ou não, e revelar-se uma valente bosta. A questão de tudo isto propunha-se a atentar o pós, não na escolha da visualização baseada no hype. Qual o problema de pegar numa série altamente louvada? Absolutamente nenhum. Desde que, ao revelar-se não ser do nosso agrado, não a levemos ao fundo do poço só porque foi altamente elogiada. E isso não faço. Não gosto, ponto final. Não passa automaticamente a ser a pior coisa de sempre (La La Lands, Dunkirks e afins) só porque antes lhe davam o rótulo de uma das melhores. E era esse o foco principal do texto, se não foi isso que transpareceu então pode-se dizer que foi um tiro no pé.

    Quanto às tuas perguntas, actualmente praticamente nada. E tu sabes. Longe vão os tempos em que me metia a ver dramas coreanos para além do piloto. Uma questão de prioridades, ao querer dedicar-lhe menos tempo entram mais em jogo os tais filtros. Por exemplo, peguei em “The End of the F***ing World” unicamente porque tinha curiosidade em testemunhar um pouco da carreira de um actor que me tinha deixado boquiaberto em Black Mirror. E ainda bem que o fiz, independentemente do motivo que me levou a ver a série. Agora quanto a experimentar e partir à aventura em televisão, actualmente raramente o faço. Por lhe querer dedicar menos tempo se calhar fico-me pelas apostas mais “seguras” em detrimento das mil e uma pérolas que poderia estar a ver. Aliás, é em plena consciência disso mesmo que refiro no texto a ficção no geral (“é preferível o hype que promove o produto “estrangeiro” – isto é, numa outra língua que não o habitual inglês – pelo simples facto de meter o espectador em contacto com a ficção oriunda de países que mais facilmente opta por ignorar”) e não restrinjo à questão da televisão, porque quanto a isso momentaneamente não sou exemplo a seguir.

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    1. Mas a pessoa devia analisar melhor o produto e não rotular apenas “é o pior que já vi” e pronto, já está. Deveria ser “não gosto por isto, aquilo, etc”. Ainda bem que referes La La Land. É um filme que adoro e já vi umas 4 vezes mas entendo perfeitamente porque certas pessoas não poderão gostar. Mas isso não quer dizer que seja o pior. O problema é que a maioria não sabe distinguir entre não gostarem de uma coisa e um produto que é mau/bom/mediano, etc…. e atacam logo o outro por defender esse tal produto. Eu lembro-me de ver uns episódios de Californication com a minha prima e estar a dizer que me parecia algo fraco, que chocava só por chocar, e a minha prima ficou parva de eu não gostar. Primeiro, porque era da Showtime e tinha de ser bom e segundo, porque era arrojado. E terceiro, por eu não gostar da série, dizem-me logo que eu gosto de ver coisas inferiores ou não tenho inteligência suficiente para “atingir” a série.

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