Todos os anos as coisas repetem-se. Dezenas de estreias, umas anónimas outras com pompa e circunstância. Umas fadadas ao sucesso, colhendo os favores do público, outras condenadas ao desastre.
Um pequeno guião, sobre as estreias para o mês de Abril.
The Child in Time (1 de Abril, PBS)
Só o facto de ser um filme para televisão com o enorme Benedict “Sherlock” Cumberbatch seria motivo mais do que suficiente como carta de recomendação. Só que “The Child in Time”, é uma adaptação de um dos maiores escritores actuais: Ian McEwan. Ou seja, promete. E muito!
É uma história de perdas e de encontros, em redor de um escritor de livros infantis que se vê a braços com o desaparecimento da sua filha.
Expectatativa: Cumberbatch+McEwan= a ver
The Crossing (02 de Abril, ABC)
O futuro chegou. Daqui a 180 anos, os EUA, estão mergulhados numa guerra civil. Na actualidade, uma pequena cidade Americana recebe um grupo de refugiados em busca de asilo e de um recomeço de vida. Só que o futuro não é tão seguro quanto o presente.
Ficção científica, viagens no tempo, (super)poderes, suspense, paixão. O trailer não é mau. Vamos lá ver o que sai daqui.
Expectativa: a ver alguns episódios. Depois…logo se vê. Não deverá desiludir mais que “The 100”
The Last O.G. (03 de Abril, TBS)
Sitcom com uma história clássica de ajustamentos sociais. Um presidiário cumpriu a sua dívida à sociedade e é libertado, procurando reaproximar-se da sua companheira e filhos. Claro que tudo é mais complicado do que parece, o mundo mudou muito, a mulher tem outros interesses e os filhos olham-no com desconfiança.
É dificil a vida…
Ah, e para aqueles que gostam, é com o Tracy Morgan.
Expectativa: Reduzida, mas irei espreitar. Nunca se sabe…
National Treasure: Kiri (04 de Abril, Hulu)
O rapto de uma menina negra órfã nas vésperas da sua adopção. A série vem bem recomendada.
Expectativa: Apesar da recomendação… não sei se me apetecerá…
Paterno (07 de Abril, HBO)
Uma das grandes expectativas neste ano de 2017. Acima de tudo por ser uma série com uma das lendas do cinema: Al Pacino, mas também por ser realizado pelo outrora interessante a agora desaparecido e caído no esquecimento, Barry Levinson.
Depois pela temática actual e baseada num caso verdadeiro ocorrido com o treinador mais famoso e com o maior número de vitórias na história do desporto universitário americano.
Expectativa: Muita. A ver, sem dúvida.
Ballmastrz: 9009 (08 de Abril, Adult Swim)
Anunciada como um calmante para os fanáticos de “Rick & Morty” e para quem gosta de animação futurista, escapista e algo alternativa e hiperviolenta. O ano 9009, uma rapariga, campeã do desporto mais brutal de sempre (tão brutal que acabou com as guerras no mundo) é relegada para a equipa mais fraca da liga. A partir daí…
Expectativa: mmmm, não sei, não…
Howard’s End (08 de Abril, Starz)
Adaptação do romance escrito por E.M. Forster que já havia dado origem a um filme. Vem bem recomendado, até pelo cast artístico e técnico que criou esta minissérie.
A premissa? Muito clássica: duas irmãs, a busca do amor, as partidas da vida, uma herança.
Questiono-me até que ponto o Starz respeitará a matriz original, sem a desvirtuar para corresponder às audiências, assim como suscita curiosidade até que ponto servirá para resgatar Hailey Atwell dos últimos fracassos.
Expectativa: Alguma
Killing Eve (08 de Abril, BBC America)
O hype desta série é considerável, havendo expectativa em perceber o que Phoebe Waller-Bridge, a criadora de Fleabag, maquinou com esta história sobre uma psicopata criminosa, que promete muito humor ácido e alguns sustos.
Ah, sim, também marca o regresso de Sandra Oh.
Expectativa: Confesso que estou curioso.
Unforgotten (08 de Abril, PBS/BBC)
E mais um policial para a presente temporada, talvez o género mais representado desde sempre.
Um homicídio já esquecido ressurge com a descoberta de ossadas e de um diário que incrimina quatro pessoas que, aparentemente, não têm nenhuma relação entre elas. É altura dos detectives entrarem em acção.
É quase sempre a mesma história. A ver vamos se há alguma originalidade.
Expectativa: Nenhuma
In Contempt (10 de Abril, BET)
E a seguir a uma série policial, uma sobre advogados, talvez o segundo tipo de séries mais (re)criadas para a ficção televisiva.
A história é original. Uma talentosa, provocadora e aguerrida advogada de Nova Iorque, especializada em defender clientes talvez inocentes ou nem por isso. Estou ansioso porque nunca vi uma história com esta refrescante premissa.
Expectativa: Ui, estou em pulgas para ver outra coisa.
Lost in Space (13 de Abril, Netflix)
Talvez uma das series mais aguardadas da temporada, pelo menos para quem gosta de ficção científica e, ano após ano, clama por alguma coisa de jeito.
É uma adaptação de um original bastante popular dos anos 1960, conta a história de uma família – os Robinson (como Robinson Crusoe) – que acidentalmente ficam presos num planeta hostil. Ao mesmo tempo que procuram sobreviver e organizar-se em sociedade, têm que organizar os seus problemas. Sem esquecer de arranjar forma de escapar daquele planeta e regressar à Terra, claro!
É do Netflix, tem um orçamento generoso, Neil Marshall, autor de alguns dos melhores episódios de “Game of Thrones”.
Expectativa: Muito elevada.
Wyatt Cenac’s Problem Areas (13 de Abril, HBO)
Não é uma série nem um telefilme. É mais um late night show com pretensões políticas e sociais. Vale a pena referir, porque gosto, porque sim e porque tem John Oliver com um dos criadores e Produtores.
Promete muita análise social e um cáustico humor de intervenção política. Prometem que o programa oscilará entre o estúdio e a reportagem de campo sempre de forma muita imaginativa.
Expectativa: Alguma
Genius (24 de Abril, Nat Geo)
Segunda temporada, mas uma nova história. Na primeira foi a vida de Albert Einstein, esta segunda sobre alguns dos maiores génios contemporâneos, temos Pablo Picasso, o grande pinto espanhol, encarnado por Antonio Banderas, ultimamente relegado para filmes série B, perfeitamente esquecíveis.
Expectativa: Vou-me abstrair desta série…
The New Legends of Monkey (27 de Abril, Netflix)
O regresso da fantasia na linha das series de baixo valor tão típicas dos anos 1990, à televisão. A (re)adaptação de uma lenda oriental de culto que já havia dado azo a adaptações televisivas.
Um jovem monge, acompanhado por um grupo de deuses, numa jornada por uma terra povoada por demónios, numa busca por pergaminhos da sabedoria.
Muita imaginação, filosofia oriental e artes marciais. E a ver o que dirão sobre a apropriação e ocidentalização da mitologia.
Expectativa: Nenhuma.
Miss Sherlock (27 de Abril HBO Asia)
Já tivemos de tudo com Sherlock Holmes, o maior detective de todos os tempos. Ou melhor, quase tudo. Faltava a versão feminina de Sherlock. Esta produção japonesa em oito episódios, promete um nova roupagem para este herói, com muita cultura oriental. Calculo que, neste caso, ninguém fale da apropriação cultural do ocidente e numa orientalização dos personagens…
Conan Doyle – que acreditava na vida além da morte – deve estar satisfeitíssimo com o seu legado!
Expectativa: Confesso que elevada!