Neste segundo episódio de “New Girl” o grupo divide-se por género, cada um com a sua difícil luta: igualdade e adormecer uma criança.
Começando por Jess e Cece que, certamente imbuídas pelo momento que a sociedade está a passar, decidem partilhar as suas amarguras sobre um almoço que rapidamente se transforma numa pequena reivindicação. Os tópicos abordados, mesmo que com um tom cómico, não deixam de ser extremamente relevantes e uma boa forma de mostrar com a série consegue ser actual sem passar uma mensagem demasiado “preachy”. A descriminação de Jess era na realidade bastante válida mas acabou ainda assim por fazer diferença no seu trabalho. Embora esta faceta profissional nunca fosse muito explorada na série – por vezes já não me recordava em que fase a personagem estava – não deixa de ser importante mostrar que há vida fora do loft e alguma ambição. O melhor desta narrativa foi no entanto Cece que no seu modo mãe trabalhadora com cafeína e álcool à mistura esteve verdadeiramente imparável na vertente cómica e trouxe expressões extremamente divertidas.
Do outro lado do episódio também há alguns problemas, com Schmidt e Winston a terem de tomar conta de dois bebés de tamanhos algo diferentes. A presença deste último no episódio pareceu-me mais forçada do que o habitual e a própria insistência à volta do filme “3 Homens e Um Bebé” não me pareceu nada natural. Fora o foco em Nick a narrativa de adormecer Ruth embora bastante real deu a sensação de “filler” o que tendo em conta o número reduzido de episódios nesta temporada não é de todo o que se quereria. Assim, enquanto temos Schmidt e Cece claramente num estado “evolutivo” superior, as restantes personagens, mesmo com o salto temporal, parecem ainda estar pouco amadurecidas. O regresso dos 3 homens ao loft, especialmente com o estado de espírito de Nick a fazer lembrar o início da série não deixou de funcionar bem e com alguma graça no entanto houve qualquer coisa que faltou. Talvez a familiaridade com a sua neura e o regresso a um ambiente já nosso conhecido agora não seja suficiente, especialmente quando tentamos aproveitar todos os minutos que ainda temos da série.