E, ao quarto episódio, a caixa de pandora abriu-se e, tal como na mitologia grega, todos os males do humanidade espalharam-se. E que bom que “The 100” tenha explodido dessa forma, voltando ao ritmo do passado, metendo todos os grupos num autêntico “tudo ao molho e fé em alguém que ainda não se percebeu bem quem será” e acabando, de uma vez por todas, com contextualizações do hiato de seis anos que marcou a mudança de temporada. E, afinal de contas, não demoraram meia temporada para o fazer, tal como tinha de forma angustiada previsto numa das análises anteriores.
Octavia: “No… he fights again tomorrow”
No bunker, a transfigurada Octavia, sem réstia de bondade ou piedade, mete Kane na boca do lobo. Dado o momento claramente de despedida com Abby, pensei mesmo que Kane seguiria o mesmo rumo de Jaha neste episódio. Mas, qual twist no inverso, é salvo no último instante pela chegada de Bellamy, Charmaine e companhia ao sub-mundo da rainha vermelha. Rainha essa que já estava pronta para aniquilar um dos seus em prol do sistema de justiça do bunker. Antes disso, é ainda mencionado um “dark year”. Será que afinal de contas ainda vamos voltar ao passado para explorar esse período negro em cativeiro? Esperemos que não.
Charmaine: “I love the warpaint by the way.”
O olhar entre as duas não deixou margem para dúvidas: Octavia e Charmaine serão as cabeçilhas de um duelo que certamente marcará esta quinta temporada. E talvez por esse confronto previsível e evidente, finalmente sentimos os prisioneiros como uma ameaça credível, liderados não só por Charmaine mas também pelo seu braço-direito Paxton, muito provavelmente um vira-casacas num futuro próximo que irá tentar roubar a liderança da malta da Eligius IV. E por falar da quatro, o que será feita da três, cujo paradeiro Raven não conseguiu descobrir na informação disponível a bordo? Vai uma aposta que será uma reviravolta de season finale?
Charmaine: “Your people? You mean… our people, right lieutenant?”
No meio de tudo o que aconteceu neste episódio, ainda houve tempo e espaço para um desenvolvimento fundamental na narrativa no espaço: os adormecidos deixaram de o ser mesmo no final, prometendo um inferno para Raven e Murphy nos próximos episódios. Como se não bastasse, os prisioneiros “terrestres” estão a caminho da nave mãe para ir buscar os colegas. Cheira-me que será o nerd entre os prisioneiros, que já foi dado a entender pertence a outro “grupo” – talvez o da tripulação original que foi aniquilada – que vai safar a coisa… e, quem sabe, acabar envolvido com a Raven, qual casal maravilha de geeks. Tudo somado, o melhor episódio da temporada até ao momento e um pontapé de saída fantástico para uma mão-cheia de episódios onde tudo pode acontecer, tal a confusão que para ali vai.
Nota: Carlos Reis é um dos co-autores do “As Mamas da Clarke”, um spinoff do podcast “Nas Nalgas do Mandarim” sobre cada episódio da quinta temporada de “The 100”, publicado todas as sextas-feiras às 23:00 nas mais diversas plataformas de podcasting, bem como no YouTube.
Coitada da Clarke, tanta porradinha tem levado nesta série. 🙂
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