Mais um episódio morno, ainda assim com alguns pontos de relevo: Madi junta-se a Octavia com a melhor das intenções, mas eis uma ligação que tem tudo para dar errado; e, já que falamos em Octavia, a heroína querida de outros tempos está cada vez mais vilã aos olhos de Bellamy, Clarke e companhia. E é essa ambivalência entre personagens outrora intocáveis nas suas intenções que tem dado algum élan a esta temporada, até no caso de Diyoza, uma líder “inimiga” que não estamos a conseguir odiar – por enquanto, pelo menos. Echo como espia infiltrada, Emori e Murphy numa alhada explosiva e Niylah e Gaia em papéis trocados no que concerne ao sangue “negro” de Madi.
Octavia: “I know what it’s like to be the girl under the floor. You don’t have to be afraid anymore.”
Mas, mesmo no meio de tantos mini-eventos, parece que pouco ou nada se desenvolve neste choque quase tribal entre os comandados de Octavia e Diyoza. Uma luta para encher chouriços entre Bellamy e a irmã, super-guerreira durante seis anos no bunker mas ainda assim incapaz de dar uma coça ao irmão que andou no espaço a brincar às pancadinhas de amor com Echo. Não faz muito sentido, pois não? Independentemente de quem ganhava, todos perdemos neste vazio objectivo que nada traz à narrativa. “Matem qualquer um que tente desertar”, ordena Octavia; “esta não é a minha irmã”, exclama Bellamy. Só agora? Felizmente, uma belíssima ideia a terminar o episódio, com a cena da Echo já infiltrada a usar uma ferida alheia para esconder um dispositivo secreto. Que seja o pontapé de saída para uma segunda metade de temporada muito mais frenética do que este arranque.
Nota: Carlos Reis é um dos co-autores do “As Mamas da Clarke”, um spinoff do podcast “Nas Nalgas do Mandarim” sobre cada episódio da quinta temporada de “The 100”, publicado todas as sextas-feiras às 23:00 nas mais diversas plataformas de podcasting, bem como no YouTube.