Pilot Season: “A Discovery of Witches” não conta nada de novo, mas fá-lo com qualidade

O texto que se segue NÃO CONTÉM SPOILERS

A nossa obsessão por bruxas, vampiros e demónios é antiga e certamente será constante até ao fim dos tempos. O mundo do misticismo está tão enraizado na cultura que facilmente consegue seguidores e a ficção não se coíbe de o explorar em proveito próprio. “A Discovery of Witches”, série do Sky baseada na trilogia “All Souls” de Deborah Harkness, é uma das mais recentes apostas do género em conquistar público. E a manter a qualidade dos primeiros episódios (neste texto seria suposto expressar uma opinião baseada apenas na visualização do piloto, mas fiz batota e já vi três), bastará encontrar uma plataforma que lhe dê maior visibilidade e rapidamente se tornará um fenómeno de popularidade.

Pensem em “Twilight”. Pensem em “True Blood”. Pensem em “The Vampire Diaries”. Agora esqueçam tudo sobre esses três títulos excepto a similaridade das suas premissas. Apesar de se encaixar na mesma categoria, a diferença em “A Discovery of Witches” é que se sente como uma série que quer “adultizar” uma temática tão frequentemente infantilizada. Há um investimento em lhe conceder contexto histórico e científico num sentido mais académico, numa tentativa de credibilizar um universo que sabemos ser fantástico mas queremos sentir como realista, para o qual também muito ajuda o cunho histórico de alguns dos locais onde a série é filmada, cuja beleza salta aos olhos, sentindo-se estes mais como entidades vivas do que simples cenários.

Aliás, a série está muito bem oleada na maioria dos seus aspectos. Bons diálogos, uma realização envolvente e por vezes até hipnótica e um elenco competente liderado por uma dupla de protagonistas investida em tornar este mundo fictício o mais credível possível. Teresa Palmer, uma das favoritas aqui por casa, continua a revelar que é mais do que uma cara bonita e oferece-nos com subtileza uma Diana Bishop que vive entre uma ilusória fragilidade, nada mais que um mecanismo de defesa, e a grandiosidade daquilo que a sua verdadeira natureza representa. E Matthew Goode tem aqui provavelmente uma das melhores prestações da sua carreira, proporcionando um carisma e uma intensidade ao papel de Matthew Clairmont à altura da sumptuosidade do personagem. Ainda por cima, a química entre ambos é tão forte que por vezes torna-se quase palpável.

Apesar do peso de ser uma adaptação e apesar do peso da saturação quanto à temática que aborda, “A Discovery of Witches” é a prova de que mais importante do que uma história é a forma como a mesma é contada que faz a diferença.

 

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