A percepção interessa quando se trata da eterna discussão moral entre o bem e o mal. Nos olhos de Madi as acções de Octavia são compreensíveis; nos de Clarke, actos inaceitáveis de uma vilã inesperada; para Indra, um misto de razão dura com excessos sombrios. Para nós? Depende da forma como acabamos por assimilar tudo o que nos tem sido oferecido nesta temporada. Nada é branco ou preto, tudo é conflituoso.
Mas também é verdade que noutras temporadas as más decisões pareciam inevitáveis. Agora parecem apenas idiotas. Clarke ajudar McCreary, Bellamy avisar Octavia que as intenções do grupo foram descobertas e esta continuar como se nada fosse, os desertores com a Raven e o Shaw decidirem correr o risco de roubar uma ou duas armas e serem apanhados. “There’s always a choice Abby, you know that”, diz Kane a Abby num dos flashbacks do episódio. Pois bem, parece que todos se esqueceram disso. Todos menos Madi, agora ajudada pelo espírito de antigas comandantes; mas sempre que esta vai tomar a melhor opção – neste caso assassinar McCreary e acabar com a guerra -, lá aparece Clarke para estragar tudo.
Kane: “How do you choose between a monster and a demon?”
Num relembrar constante do passado – daí o título do episódio -, percebemos que Octavia tornou-se no que é muito por culpa de Abby. “És Wonkru ou o jantar dos Wonkru”, poderia muito bem ter sido o lema do grupo. Sobra a paixão instantânea de Murphy com aquela bruta arma laser, ainda assim uma melhor relação que Bellamy e Echo, o beijo de Raven e Shaw, finalmente um casal que não enjoa – por enquanto?!? – e Kane, que lá vai ter que ser o pai da criança de Dyoza. Pai é quem cria, tudo bem. Já agora, ninguém se lembrou de pegar na nave espacial e ir procurar outro local no planeta que seja habitável? De certeza que se arranjava qualquer coisinha e ficavam todos satisfeitos.
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