Crónicas (T4): A crise da meia-idade do Underpants Man

Seja por uma maior abertura ao improviso, seja por uma qualquer restrição imposta pelo canal que lhe virá a servir de casa, um guião pode sofrer mudanças significativas durante o percurso que o conduz do papel à sala de montagem. “Breaking Bad” e “Mad Men”, duas das séries mais fortemente aclamadas da história da televisão, têm na sua origem guiões que merecem o estatuto de estudo.

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Crónicas (T4): Alargar os horizontes

A idade traz-nos uma outra, digamos, sabedoria. O avançar dos anos marca a nossa maneira de pensar ou agir sobre determinado assunto. Aos 40, olhamos para o nossa versão de há 20 ou mais anos e coramos de vergonha (ou continuamos a fazer tudo igual, também dá certo às vezes). E nesta viagem de aprendizagem pessoal a televisão desempenhou (e continua a desempenhar) um papel importantíssimo.
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Crónicas (T4): Futeboladas intemporais – anatomia de um desporto em decadência

Quando no panorama televisivo se endeusam desportistas e se sucedem programas supostamente sobre futebol, mas que de futebol nada falam, façamos uma viagem no tempo e comparemos o antes inocente e este presente envenenado. Procuremos, então, a origem de todos s males – se é que existe – e imaginemos que “Timeless” continua em exibição.

É que os anos 1980 possibilitam um paralelismo muito curioso no que respeita aos acontecimentos. Quase que poderíamos dizer que foi esta a década do embrião futebolístico actual. Foi neste local temporal que as televisões começaram a cobrir massivamente tudo o que fosse pontapé na bola, apareceram os primeiros programas onde se discutia futebol e se começou a apostar na formação de jogadores que viria a dar os seus frutos anos mais tarde.

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Crónicas (T4): Nem todos os regressos do passado são sinais de futuro

Nada em ficção é definitivo. Nem a morte de um protagonista, nem a de um personagem, muito menos a de uma série. Façam um esforço e procurem lembrar-se de quantos regressos – ou revivals – vimos nos últimos dois anos. Pois foi, esses e muitos outros.

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Crónicas (T4): TVSéries – Homeless of HBO e o estado decrépito de (quase) todos os canais nacionais de séries de televisão

A perda, ainda não oficializada mas notória junto dos consumidores, do catálogo HBO por parte do TVSéries é mais um forte sinal que as plataformas de streaming estão determinadas em eliminar a concorrência. Basta ver o autêntico degredo em que se tornaram as grelhas de programação de quase todos os canais dedicados à exibição de ficção televisiva escrita que operam em território nacional para ter poucas dúvidas que o streaming é, mais que o futuro, o presente e que o modelo tradicional ou impõe a sua própria revolução (mas como?) ou progressivamente cairá no esquecimento. É que hoje temos Netflix e Amazon Prime e amanhã teremos HBO, quem sabe Hulu daqui a uns tempos e outros que tais. Para quê, então, gastar dinheiro para ou ter canais extra de séries ou um canal premium onde repetições até à exaustão de “Game of Thrones” e “Outlander” (imagino que isso se deva a não saberem que são feitas quase 500 novas séries por ano só nos EUA, fora ainda os excelentes conteúdos europeus que quase só quem trabalha na RTP2 conhece e todas as outras séries mais antigas, e melhores que estas, que o público português desconhece ou gostaria de rever), ou séries de terceira canceladas ao fim de poucos episódios como “The Defenders” e “King & Maxwell”, ou ainda banalidades como “Chicago Fire” e derivados, ocupam lugar privilegiado num canal que era suposto ser premium e não um AXN 2.0?

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Relações de plástico, pornografia sentimental

Tenho uma antipatia especial e apaixonada pelos reality shows. Esse sentimento assenta numa relação paradoxal. Por um lado, considero-os um produto claramente televisivo, por outro estou convicto de que são socialmente perniciosos.

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Crónicas (T3): O grilo falante das expectativas

Pode o hype que veste uma série revelar-se como algo positivo? Pode alguma vez esse elevar desmesurado de expectativas conduzir a uma experiência sem quaisquer pré-idealizações? Continuar a ler “Crónicas (T3): O grilo falante das expectativas”

Crónicas (T3): A (minha) despedida de “The Walking Dead”

O inevitável aconteceu (embora um milagre narrativo pudesse sempre acontecer) e mais uma personagem “querida” da série morreu. Foi a minha despedida da série também. E para que fique claro desde o início, esta minha despedida foi sendo adiada muitas vezes e em nada se relaciona com a morte de alguém.
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Crónicas (T3): Don’t judge a book by its cover

“Don’t judge a book by its cover“, diz-se metaforicamente, no Reino Unido e em países anglo-saxónicos, quando se quer frisar que não se deve julgar a qualidade ou o valor de algo baseando-se apenas na sua aparência (por cá, usamos o “as aparências iludem”). E tal como, se optarmos pela abordagem literal da frase ao invés da metafórica, um livro não deve ser avaliado pela sua capa (ou até pelo seu primeiro capítulo) , uma série não deve ser julgada pelo seu primeiro episódio.

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Crónicas (T3): Televisor traidor

Reparei com alguma surpresa que têm estreado diversas séries baseadas em livros, preparando-se para chegar uma catadupa de novas propostas baseadas em best sellers de maior ou menor reconhecimento público.

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