A perda, ainda não oficializada mas notória junto dos consumidores, do catálogo HBO por parte do TVSéries é mais um forte sinal que as plataformas de streaming estão determinadas em eliminar a concorrência. Basta ver o autêntico degredo em que se tornaram as grelhas de programação de quase todos os canais dedicados à exibição de ficção televisiva escrita que operam em território nacional para ter poucas dúvidas que o streaming é, mais que o futuro, o presente e que o modelo tradicional ou impõe a sua própria revolução (mas como?) ou progressivamente cairá no esquecimento. É que hoje temos Netflix e Amazon Prime e amanhã teremos HBO, quem sabe Hulu daqui a uns tempos e outros que tais. Para quê, então, gastar dinheiro para ou ter canais extra de séries ou um canal premium onde repetições até à exaustão de “Game of Thrones” e “Outlander” (imagino que isso se deva a não saberem que são feitas quase 500 novas séries por ano só nos EUA, fora ainda os excelentes conteúdos europeus que quase só quem trabalha na RTP2 conhece e todas as outras séries mais antigas, e melhores que estas, que o público português desconhece ou gostaria de rever), ou séries de terceira canceladas ao fim de poucos episódios como “The Defenders” e “King & Maxwell”, ou ainda banalidades como “Chicago Fire” e derivados, ocupam lugar privilegiado num canal que era suposto ser premium e não um AXN 2.0?